No segundo dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da chamada “trama golpista”, as defesas de réus como o ex-presidente Jair Bolsonaro e dois generais ofereceram novas estratégias de contestação ao processo. A sessão continua sendo acompanhada com grande atenção pelo país.
Defesa de Bolsonaro: “Não há uma única prova”
O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, afirmou que não existe uma única prova que ligue o ex-presidente à tentativa de golpe de Estado. Segundo ele, Bolsonaro foi “arrastado” para a investigação sem ter atentado contra o Estado Democrático de Direito.
Vilardi afirmou que o processo se baseia apenas na delação do tenente-coronel Mauro Cid e minutas encontradas em seu celular — sem fundamentação concreta.
Defesa de Augusto Heleno: pedido de nulidade
A defesa do ex-ministro Augusto Heleno, liderada por Matheus Mayer Milanez, questionou o andamento do julgamento.
O advogado pediu a anulação do processo com base em violação ao sistema acusatório, criticou o excesso de perguntas feitas pelo relator Alexandre de Moraes e afirmou que o juiz "se tornou protagonista da investigação", ultrapassando os limites do cargo.
Também questionou o grande volume de testemunhas e materiais, sem organização nem índice para análise adequada.
Defesa de Paulo Sérgio: tentativa de evitar golpe
Por sua vez, o advogado do general Paulo Sérgio Nogueira, Andrew Fernandes, defendeu que seu cliente tentou demover Bolsonaro de qualquer tentativa de golpe.
Segundo ele, ainda está mais do que provado que o general agiu em defesa da ordem democrática e se opôs às ideias golpistas.