[VÍDEO] Advogado de Bolsonaro cita Caso Dreyfus e fala em legislação soviética

O advogado Paulo da Cunha Bueno, representante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (3) que a condenação por golpe de Estado seria equivalente à “legislação soviética” e “lembra o caso Dreyfus”. Ele deu a declaração durante o julgamento na 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). Veja no vídeo acima.

Bueno afirmou que Bolsonaro vive situação semelhante à do capitão Alfred Dreyfus, oficial do Exército francês acusado de traição e condenado com base em provas frágeis. Segundo ele, assim como Dreyfus, Bolsonaro estaria sendo alvo de acusações de crime contra a pátria sem elementos materiais consistentes. Bueno destacou ainda que Dreyfus foi condenado por meio de um documento apócrifo e que teve seu direito de defesa limitado, apontando paralelos com o processo em curso no Brasil.

“Curiosamente também capitão de artilharia, curiosamente acusado de crime contra a pátria, curiosamente condenado com base em um rascunho de documento apócrifo, curiosamente com seu exercício de defesa constrangido em determinada altura. E, inegavelmente, um dos casos que representa uma cicatriz na história jurídica do Ocidente”, disse Bueno.

Para o advogado de Bolsonaro, o julgamento da ação penal não pode se confundir com uma “condenação de um movimento político”.

O que é o caso Dreyfus

Alfred Dreyfus (1859-1935) foi um militar francês julgado e condenado a prisão perpétua em 1894 por traição. Depois, descobriu-se que outro militar, Ferdinand Walsin-Esterhazy, e não Dreyfus, é quem estava envolvido com espionagem contra a França. Dreyfus foi inocentado em 1906. Há um entendimento de que o processo foi influenciado e motivado por antissemitismo.

Esse episódio marcou a história da França entre os séculos 19 e 20.