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Brasil

Presença de facções avança na Amazônia Legal e já alcança 34% dos municípios

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A presença de facções criminosas na Amazônia Legal já alcança 260 dos 773 municípios da região, o que representa 34% das cidades da área que compreende parte de nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A noticia é de VICTÓRIA LACERDA. Os dados foram apresentados pelo economista Rodrigo Soares, professor do Insper, durante o seminário internacional “Crime Organizado e Mercados Ilícitos no Brasil e na América Latina”, realizado nesta semana em São Paulo.

A análise tem como base números do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) e revela a consolidação da Amazônia como uma rota cada vez mais estratégica para o tráfico internacional de drogas.

Entre os 260 municípios com presença de facções, 84 estão atualmente sob disputa entre diferentes grupos pelo controle territorial.

Em outros 176 municípios, há domínio consolidado de apenas uma organização criminosa: o CV (Comando Vermelho), que lidera com atuação em 130 cidades. Depois, aparecem o PCC (Primeiro Comando da Capital), presente em 28 municípios, e outras facções menores, que operam em 18 localidades.

O avanço, segundo ele, está diretamente ligado à importância crescente da amazônia nas rotas do tráfico. Até o início dos anos 2000, a floresta praticamente não aparecia nos relatórios da ONU sobre cocaína. Hoje, cerca de 50% da droga apreendida na Europa tem origem no Brasil, e uma parcela significativa é escoada pela região amazônica.

Além de servir como corredor logístico para o tráfico, a presença de facções na floresta tem se ampliado para outras frentes. Rodrigo Soares alerta para indícios de que esses grupos estão atuando como “reguladores” de mercados ilegais, especialmente no garimpo e em disputas fundiárias.

Para o pesquisador, o problema já ultrapassou o domínio territorial e passou a incluir o controle econômico de cadeias ilegais inteiras, com uma presença que vai muito além da violência armada. “Estamos falando de algo que está se tornando permanente. E o controle vai muito além das armas”, concluiu.

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