Um esquema de tráfico de drogas considerado “inovador e ousado” pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) foi desmantelado na noite do último sábado (6/9), com a prisão de um casal que comandava o comércio ilegal. A boca de fumo operava dentro de um apartamento de alto padrão localizado na quadra 504 no Sudoeste.
A noticia é do portal NA MIRA. A investigação, conduzida pela 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), revelou que o imóvel funcionava como verdadeiro ponto de distribuição de drogas sintéticas e entorpecentes tradicionais, com foco em atrair adolescentes e jovens que frequentavam áreas públicas da região, como escolas, parquinhos infantis e até uma academia ao ar livre utilizada por idosos.
Após a audiência de custódia realizada nesse domingo (7/9), o Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) converteu a prisão da dupla em preventiva.
Os primeiros levantamentos enfrentaram um obstáculo incomum: nenhum dos usuários era encontrado com drogas em mãos. A ausência de flagrante retardava a comprovação do esquema de tráfico. Contudo, após uma análise minuciosa, os investigadores descobriram a dinâmica do esquema.
Brindes de fidelização
De acordo com a apuração, os traficantes criaram uma espécie de código paralelo de fidelização, no qual os usuários recebiam pequenos objetos tridimensionais digitais (3D) como brindes — entre eles, um esqueleto de peixe, um raio ou um floco de neve. Cada símbolo representava uma droga específica:
-Esqueleto de peixe: cocaína
-Raio: ecstasy
-Floco de neve: haxixe ou loló
Esses “souvenires” serviam como uma espécie de cartão de fidelidade, que não apenas disfarçava o vínculo criminoso, mas também criava um laço de exclusividade entre fornecedor e cliente.
A PCDF não confirmou, mas a coluna apurou que o traficante é Henrique Sampaio da Silva. Ele chegou a ser nomeado como servidor comissionado em um órgão público, mas não tomou posse. A mulher seria uma advogada.
Na noite da operação, os agentes apreenderam:
-Diversas porções de cocaína
-Tabletes de haxixe
-Embalagens de maconha
-Vários comprimidos de ecstasy
-Frascos de clorofórmio (loló)
-Balanças de precisão
-Sacos ziplock e outros materiais para embalo
-Canudos utilizados no consumo de cocaína dentro do próprio apartamento
-Quantia significativa em dinheiro vivo.
Um detalhe curioso observado pelos agentes foi a presença de placas e avisos comunitários espalhados pelo apartamento, simulando preocupação social e tentando dar ao local um ar de convivência saudável. Na prática, serviam como fachada para despistar vizinhos e autoridades.
A Polícia Civil informou que, mesmo após a prisão, o trabalho de vigilância continuará. A 3ªDP reforçou que a quadra seguirá sendo monitorada de perto, com o objetivo de garantir a tranquilidade dos moradores e evitar a retomada de atividades criminosas.