O Ministério das Relações Exteriores expressou ao encarregado de Negócios dos Estados Unidos, Gabriel Escobar (foto em destaque), “pura indignação” pela nota publicada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a aliados dentro e fora da Corte. A notícia é da repórter Alice Groth, do Metrópoles.
Escobar esteve, na manhã desta sexta-feira (8/8), no Itamaraty para prestar esclarecimentos sobre o comunicado.
O Metrópoles confirmou que o representante da Embaixada dos EUA foi recebido pelo embaixador Flávio Goldman, secretário interno de Europa e América do Norte.
Nessa quinta-feira (7), o órgão republicou, em português, críticas feitas pelo subsecretário de Diplomacia Pública dos Estados Unidos, Darren Beattie, a Moraes e aos seus aliados “no Judiciário e em outras esferas”.
A embaixada traduziu a publicação de Beattie, que classificou Moraes como abusador dos direitos humanos e “principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores”.
“O ministro Moraes é o principal arquiteto da censura e perseguição contra Bolsonaro e seus apoiadores. Suas flagrantes violações de direitos humanos resultaram em sanções pela Lei Magnitsky, determinadas pelo presidente Trump. Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes. Estamos monitorando a situação de perto”, diz o texto.
O post cita a Lei Magnitsky, por meio da qual Moraes foi sancionado com o congelamento de bens e contas bancárias em solo ou instituições norte-americanas, além da proibição na entrada dos EUA.
A embaixada reitera que a punição foi devido à violação dos direitos humanos — no caso, refere-se à prisão domiciliar e às restrições impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dando a entender que o ex-presidente sofre opressão política.
Ainda é reforçado o aviso com uma ameaça aos demais ministros do STF que apoiarem os atos de Moraes na Corte brasileira, especificamente em relação às sanções aplicadas a Bolsonaro.
Nessa quinta, o encarregado de negócios esteve com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin. Os dois se reuniram na sede do ministério, em Brasília. Alckmin disse que a conversa foi “boa”.