O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o ditador russo, Vladimir Putin, posaram para a primeira foto oficial na tarde desta sexta-feira, 15, na Base Conjunta Elmendorf-Richardson, em Anchorage, no Alasca. A informação é do O Antagonista.
Os líderes desembarcaram em seus respectivos aviões, atravessaram um tapete vermelho e permaneceram por cerca de um minuto em cima de um palco montado no local, escrito “ALASKA 2025”, onde trocaram breves palavras.
“Sr. Putin, você subestimou a Ucrânia? Presidente Putin, você vai parar de matar civis? Presidente Putin, como os Estados Unidos podem confiar em sua palavra?”, perguntou uma repórter.
Em seguida, Putin se juntou a Trump na limusine americana a caminho da reunião sobre a guerra da Ucrânia.
O último encontro entre os dois ocorreu em junho de 2019, durante a cúpula do G20 em Osaka, no Japão.
“Cessar-fogo rapidamente”
Trump afirmou, durante voo para o Alasca, que deseja um cessar-fogo na Ucrânia “hoje”.
“Quero ver um cessar-fogo rapidamente. Não ficarei feliz se não for hoje. Quero que as matanças parem”, disse o presidente americano ao embarcar no Air Force One.
Questionado sobre a preocupação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos demais líderes europeus em relação aos termos do acordo, Trump afirmou:
“Não estou aqui para negociar pela Ucrânia, estou aqui para colocá-los à mesa.”
O que esperar do encontro entre Trump e Putin
Entre os temas que serão abordados durante o encontro estão a questão da cessar-fogo, as disputas territoriais e as garantias de segurança.
A linha de frente que separa as tropas ucranianas das russas se estende por mais de 1.200 quilômetros. A implementação de um cessar-fogo implica desafios significativos, especialmente em relação à supervisão de uma área tão extensa.
O presidente Trump, antes do encontro, fez menção a uma possível “troca de territórios”, insinuando que a Rússia poderia se retirar de algumas regiões ocupadas na Ucrânia em troca do controle de outras áreas ainda sob domínio ucraniano.
Contudo, Moscou ofereceu apenas um recuo total da área de Donetsk, onde controla aproximadamente dois terços do território, condicionado à interrupção dos combates.
Essa proposta representaria uma concessão significativa por parte da Ucrânia, algo que o presidente Volodymyr Zelensky rejeitou firmemente. Para a Ucrânia, não há o que ser trocado, visto que já perdeu partes da região russa de Kursk anteriormente sob seu controle.
Conforme destacou o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, é fundamental distinguir entre a aceitação “de facto” e “de jure” dos territórios em questão.
Isso significa que a Rússia poderia exercer controle sobre determinadas áreas sem que estados europeus ou a própria Ucrânia reconhecessem essas áreas como parte legítima do território russo.
Além disso, qualquer renúncia territorial por parte da Ucrânia exigiria uma modificação constitucional, algo inviável durante períodos de guerra e desafiador em tempos normais.
Tanto a Ucrânia quanto os países europeus instaram Trump a não abordar questões territoriais durante o encontro com Putin.