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Política

Trump diz que abraçou Lula e que irão conversar na próxima semana

Lula e Trump — Foto: Adriano Machado/Reuters; Evelyn Hockstein/Reuters

Nova York e Brasília – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, que falou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que os dois se abraçaram e que irão conversar “na semana que vem” discutir as tarifas impostas ao Brasil. Com informações do Metrópoles.

Eles se encontraram na saída de Lula do plenário. O discurso do petista foi carregado de críticas ao que chamou de “ataques sem precedentes” contra as instituições brasileiras – um dia depois de o governo Trump ampliar as sanções contra o Brasil em retaliação contra a condenação de Jair Bolsonaro (PL).

Em aceno, e em meio a risadas, Trump disse que gosta de Lula e que “só faz negócios com gente de quem ele gosta”.

“Eu estava aqui e, ao entrar, encontrei o líder do Brasil. Eu falei com ele, nós nos abraçamos, e as pessoas dizendo: ‘Dá para acreditar nisso?’. Nós concordamos que vamos nos encontrar na próxima semana. Não tivemos muito tempo para falar aqui, foram cerca de 20 segundos, mas nós conversamos”, declarou Trump.

Trump seguiu: “Ele parece um homem muito agradável, eu gosto dele e ele gosta de mim. E eu gosto de fazer negócios com pessoas que eu gosto. Quando eu não gosto de uma pessoa, eu não gosto, mas tivemos ali esses 30 segundos ali, foi uma coisa muito rápida, mas foi uma química excelente. Isso foi um bom sinal”, disse Trump, já no fim de seu discurso.

Antes de elogiar Lula, porém, Trump fez críticas ao sistema judicial do Brasil, que foi a fonte primária da crise diplomática entre EUA e Brasil. “O Brasil agora enfrenta tarifas pesadas em resposta aos seus esforços sem precedentes para interferir nos direitos e liberdades dos nossos cidadãos americanos e de outros, com censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, disse o republicano.

Discursos de Lula e Trump

Em sua fala, antes de citar o encontro com Lula, Trump focou questões internacionais e locais, alegou que encerrou “sete guerras sem a ajuda da ONU” e disse que deveria ganhar o prêmio Nobel da Paz.

Já Lula fez duras críticas a “sanções arbitrárias”, numa referência direta ao governo de Trump. O petista também disse que a democracia e a soberania do Brasil são “inegociáveis”.

Trump também fez fortes críticas contra a própria ONU. “A ONU não só não está resolvendo os problemas que deveria como também está criando novos problemas para resolver. O melhor exemplo é a imigração descontrolada, ela está fora de controle. Nossos países estão sendo arruinados, a ONU está financiando um ataque aos países ocidentais e suas fronteiras.”

A crise do tarifaço

O presidente Lula vinha sendo sido cobrado internamente para conversar com o líder norte-americano. No entanto, o petista tem reforçado que o diálogo com os Estados Unidos tem sido realizado pelo Ministério das Relações Exteriores e também por Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A sinalização do encontro ocorre em meio ao aumento das críticas do titular do Palácio do Planalto em meio às investidas dos Estados Unidos contra o Brasil. Em julho, Donald Trump assinou uma ordem executiva que aplica uma tarifa adicional de 40% sobre os produtos brasileiros, elevando a taxação total para 50%.

Na ocasião, o governo norte-americano alegou que a medida era uma resposta à ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.

A Casa Branca ainda afirmou que a taxação está relacionada a ações judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que, segundo Trump, configurariam censura e perseguição política ao ex-chefe do Executivo.

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar trama golpista contra a vitória eleitoral de Lula.

Segundo a comitiva brasileira, o republicano teria acompanhado o discurso de Lula e depois sugerido um encontro entre os dois líderes mundiais. Apesar disso, ainda não se sabe como essa conversa irá ocorrer.

Segundo dados do governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil em 2024 foi da ordem de US$ 7 bilhões, somente em bens. Somados bens e serviços, o superávit chegou a US$ 28,6 bilhões no ano passado. Trata-se do terceiro maior superávit comercial daquele país em todo o mundo.

 

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