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Esporte

Por saúde mental, clubes nordestinos alteram logística de viagens na Série A

Foto: Felipe Santos/Ceará SC

O Brasil é o maior país da América do Sul e possui um território de dimensões continentais. Levando isso para o futebol, é fácil concluir que os clubes viajam bastante entre um estado e outro para competir na Série A. Ao todo, 20 clubes de sete estados diferentes disputam a competição, o que significa que cada equipe viaja para, pelo menos, seis estados distintos ao longo do torneio nacional.

A matéria é do ge. Em 2024, Fortaleza e Botafogo foram as equipes que mais viajaram na temporada. O Leão cearense percorreu uma distância de mais de 80 mil km, e a equipe carioca somou 63 mil km. A maratona já forçou o Leão do Pici a implementar adaptações antes do início da atual temporada.

— A partir de 2024, a equipe começou a realizar algumas viagens com voo fretado para destino de longa distância para a disputa do Campeonato Brasileiro. Assim, evitamos mais desgaste físico e mental — explicou Julio Manso, supervisor do Fortaleza.

Do lado alvinegro da capital cearense, há compreensão semelhante sobre o desgaste e a necessidade de descanso.

— Só esse ano vamos fechar a temporada com 60 ou 62 jogos, sendo 29 fora de casa. Precisamos levar em consideração o tempo de deslocamento do CT até o aeroporto, a necessidade de chegar com uma hora de antecedência do voo e o tempo de deslocamento do aeroporto de destino até o hotel. Um voo de uma hora tem um tempo total de deslocamento de três a quatro horas. O desgaste mental é algo que se tem levado muito em consideração também — explica Rainer Alves, supervisor do Ceará.

As medidas agradam muito aos familiares, especialmente as mães que não tem uma estrutura familiar de apoio na criação das crianças, como explica Daiana Abraham, esposa do meia Lucas Mugni, do Ceará, que cria um casal de filhos:

— Pra mim é muito importante a presença dele. Ele também gosta, pois pode participar mais da rotina dos filhos. Ele ama ir pra o futebol do Felipe (filho mais velho), levá-los na escola, dormir junto com eles. Houve outros times em que ele viajava muito e nós não temos família aqui no Brasil. Eu contava as horas para ele voltar — confessa Daiana, emocionada, antes de falar das crianças:

— Meus filhos sofrem muito quando ele está fora. Eu tenho uma bebê de dois anos que não entende por que o pai sai e volta três dias depois. Pra mim, é muito importante ter ele aqui. Nós, mulheres de jogadores, somos muito sozinhas e não temos rede de apoio.

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