A Favela do Moinho funcionava como um "quartel-general" do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Centro de São Paulo por meio do tráfico de drogas, da extorsão de moradores e da lavagem de dinheiro. A informação é do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em reportagem publicada pelo G1.
O local foi destaque há um mês, quando reportagens nacionais destacaram a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a comunidade. Lá, inclusive, Lula ainda teria instigado críticas ao governador Tárcisio de Freitas - veja no vídeo acima:
Segundo o G1, a Favela do Moinho também era fonte de abastecimento de drogas da Cracolândia. A comunidade foi alvo de uma operação, deflagrada nesta segunda-feira (8), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pela Polícia Militar.
O grupo recebia ordens de Leonardo Monteiro Moja, o Leo do Moinho — líder da facção no Centro preso preventivamente desde agosto do ano passado. Ele e a família Moja são responsáveis por estruturar e chefiar o esquema.
Alvo de disputa entre o governo estadual e o crime organizado, a última comunidade no Centro da capital está localizada sob o Viaduto Engenheiro Orlando Murgel, ao lado das linhas 7-Rubi e 8-Diamante, e nasceu entre as décadas de 1980 e 1990.
O local que hoje abriga a favela hospedava o moinho central de uma indústria desativada, cujo terreno pertence à União.
Desde abril, a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) tenta remover as mais de 900 famílias da Favela do Moinho para implementação de um parque — que faz do processo de transição da sede administrativa do estado para a região central — e para combater o crime organizado.
Para isso, um acordo do governo estadual com o governo federal, firmado em junho, prevê que cada núcleo familiar tenha direito a escolher um imóvel de até R$ 250 mil. As famílias podem escolher imóveis novos, usados ou na planta, desde que a entrega ocorra em até 12 meses. Durante a transição, recebem auxílio-aluguel de R$ 1.200
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação informou em nota que até esta sexta-feira (5), 537 mudanças já foram realizadas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
Segundo a investigação do MP, a facção criminosa entrou e consolidou seu domínio na Favela do Moinho em razão do abandono e da negligência do estado.