O ministro do turismo, Celso Sabino, atribuiu as críticas à COP30 à "síndrome do vira-lata" nesta segunda-feira (17). O evento, que ocorre em Belém do Pará, discute soluções para as mudanças climáticas com líderes do mundo inteiro, sendo a primeira vez que o Brasil sedia a conferência.
A noticia é de GABRIELA PIVA. "O fato de terem pessoas que criticaram, que ainda estão aqui tentando encontrar cabelo em ovo para achar alguma coisa que não esteja funcionando, eu atribuo isso, talvez, à síndrome de vira-lata, que tudo deve funcionar lá fora, tudo é bom lá fora, tudo que presta deve ser lá fora. Quando é aqui dentro, a gente tem que ficar criticando e encontrando defeito", disse Sabino em entrevista ao programa "Bom Dia, Ministro".
Antes do início do evento, em 10 de novembro, a COP30 enfrentou críticas por preços abusivos de hospedagens. Na entrevista, Sabino afirmou que os preços foram reduzidos para a conferência.
"A gente sabia que aquele excesso [de preços] que vinha acontecendo, pontualmente, nunca foi regra geral e eles iriam ser regulados pelo próprio mercado, o que de fato aconteceu", completou.
O ministro ainda afirmou que a localização da COP30, em Belém do Pará, permitiu a participação de indígenas e integrantes das comunidades ribeirinhas no evento.
"Estamos tendo a participação dos movimentos sociais e dos populares. Os indígenas, os povos originários, as comunidades ribeirinhas, os agricultores familiares e pessoas que são impactadas com as mudanças climáticas estão tendo a oportunidade de participar e se manifestar — até de protestar", completou ele ao referenciar manifestações que ocorreram na COP30 na semana passada.
Sabino abordou outros pontos durante a entrevista, como a entrega das obras, o transporte e a segurança, que disse estar "funcionando perfeitamente".
A COP30 acaba nesta sexta-feira (21) e entrou nesta segunda-feira na sua fase política, com a chegada de ministros de Estado de quase 160 países a Belém.
Depois de uma primeira semana marcada por textos travados, tensões discretas e interesses distintos entre países ricos, emergentes e nações vulneráveis, a expectativa é de que a presença do alto escalão ajude a destravar acordos.