O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta quarta-feira (15), uma reunião entre autoridades brasileiras e dos Estados Unidos marcada para esta quinta-feira (16), em Washington, para discutir as negociações sobre o tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump.
O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enquanto o secretário norte-americano de Estado Marco Rubio foi designado pela Casa Branca.
Durante evento no Rio de Janeiro, Lula relembrou a conversa que teve com o presidente Trump. Segundo o petista, “não pintou química, pintou indústria petroquímica”, em referência a uma fala do republicano durante a Assembleia das Nações Unidas, em Nova York.
“Quando eu fui falar com o Trump, a gente estava de mal, mas eu não conhecia ele. Tinha gerado uma química na ONU, de 29 segundos. Então ele me ligou, eu falei: ‘Presidente, eu queria estabelecer uma conversa sem liturgia. Eu estou fazendo 80 anos hoje, você vai fazer dia 14 de junho, significa que eu sou 8 meses mais velho que você. Então vamos nos tratar sem liturgia'”, disse o chefe do Planalto.
Ele prosseguiu: “E aí comecei a falar o que achava que deveria ser falado. Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã ainda vamos ter uma conversa de negociação”.
Caminho para Lula e Trump
O encontro de Vieira com Rubio também prepara terreno para um futuro encontro presencial entre Lula e Trump, que ainda não tem data definida, mas pode ocorrer durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim de outubro.
A expectativa é que o diálogo facilite a revisão das tarifas, crie condições para negociações de isenções e restabeleça canais de cooperação econômica e política, garantindo previsibilidade para empresas e comércio bilateral.
Logo quando encontrou com o republicano, o petista deixou claro que não era contra a possibilidade de um novo encontro presencial com Trump. Segundo fontes do governo brasileiro, a interlocução direta com Rubio, indicado por Trump, aumenta a probabilidade de avanços rápidos, evitando intermediários sem acesso direto ao presidente norte-americano.
Lula ressaltou a importância de que as conversas sejam conduzidas “sem preconceito”, para a realidade brasileira ser plenamente compreendida. O Planalto acredita que o diálogo poderá reduzir tensões e abrir caminho para soluções concretas, beneficiando a economia brasileira e fortalecendo a cooperação entre os dois países.
Com a expectativa de avanços nas negociações sobre tarifas e sanções, o encontro de Vieira e Rubio representa um momento crucial para redefinir o rumo das relações bilaterais e preparar o terreno para decisões estratégicas ao nível presidencial.
