O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência em 2026, Ronaldo Caiado (União Brasil), acusou o presidente Lula (PT) de chefiar um “narcoestado” após a repercussão de uma visita presidencial à Favela do Moinho, em São Paulo. A agenda foi negociada com uma associação local que, segundo reportagens, tem ligações com o PCC.
“Lula não é presidente dos brasileiros honrados e trabalhadores, e sim representante de um narcoestado implantado no Brasil, com a conivência do PT”, disse Caiado.
A associação que recebeu Lula é presidida por Alessandra Moja Cunha, irmã do traficante Leonardo Moja, o “Léo do Moinho”. O endereço da entidade já teria sido usado pelo PCC para guardar drogas.
“Lula se coloca como réu confesso. Um presidente que se ajoelhou para o crime organizado. A verdade é que ele é uma farsa. Nunca defendeu os pobres. Governa para os lobbies e o narcotráfico”, afirmou o governador.
O governo federal rebateu as acusações. Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom) destacou que a segurança da comitiva foi rigorosa e que a interlocução com comunidades é prática comum para promover inclusão e moradia. A liderança local recebida por Lula foi Flavia Maria da Silva, apresentada como porta-voz legítima da comunidade.
A polêmica aprofunda o embate entre Caiado e Lula sobre segurança pública. O goiano é crítico da PEC enviada pelo Planalto ao Congresso, que amplia as competências da União na área. Para ele, a medida “destrói” o poder dos governadores.
A visita à favela teve como objetivo anunciar acordo que prevê auxílio de até R$ 250 mil para moradores deixarem o local. As casas só serão demolidas após a realocação das famílias. A gestão Tarcísio (Republicanos-SP) quer construir um parque na área. Moradores acusam o governo paulista de usar força excessiva durante as remoções.