Na Feira Permanente do Setor P Norte, em Ceilândia, a venda de cervejas ganhou contornos polêmicos. Jovens de 18 a 25 anos, conhecidas como “iscas”, trabalham em bancas de bebidas usando roupas curtas e linguagem provocativa para atrair clientes, quase sempre homens.
Elas recebem comissão de R$ 5 por garrafa, com meta diária de 15 unidades, o que pode render até R$ 800 por semana. Os preços, porém, chamam atenção: uma long neck custa R$ 15, e três garrafas de litrão chegaram a R$ 93. Frequentadores chegam a gastar de R$ 2 mil a R$ 3 mil em uma tarde.
As bancas investem em música alta e figurino chamativo, o que gera a impressão de prostituição, embora muitas vendedoras afirmem atuar apenas na venda de bebidas. No entanto, uma das bancas mais conhecidas, apelidada de “trepa-trepa”, também oferece garotas de programa, segundo relatos.
Apesar da rentabilidade, o ambiente envolve assédio e exposição das jovens. Enquanto boxes tradicionais da feira seguem fechados por falta de clientes, as bancas de álcool e sedução se destacam, levantando dúvidas sobre os limites entre comércio e exploração sexual.