A Câmara de Natal aprovou, nesta terça-feira (9), durante sessão ordinária, uma moção de repúdio ao secretário de Administração Penitenciária, Helton Edi, após republicar um comentário sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A moção foi proposta pela vereadora Camila Araújo (União Brasil). Em sua declaração, Camila relembrou o período em que o presidente Lula (PT) ficou preso e questionou: "Lula parou de fumar em 2017 e passou mais de 500 dias preso. Será que ele usou a outra moeda de troca?". Veja o vídeo que está no início da matéria.
Pedido de desculpas
O secretário de Administração Penitenciária do RN, Helton Edi, divulgou uma nota se desculpando após republicar post fazendo menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro afirmava que nos presídios a moeda de troca é cigarro ou ânus.
Após a péssima repercussão do episódio, Helton afirmou em nota que o teor da publicação “não reflete, em absoluto, os princípios que norteiam a trajetória pessoal, pública e institucional” dele.
Leia a íntegra abaixo:
NOTA
À sociedade civil, aos que me acompanham e àqueles a quem sirvo no exercício da função pública:
Venho, por meio desta nota, me retratar sobre uma postagem republicada em minhas redes sociais, cujo teor não reflete, em absoluto, os princípios que norteiam minha trajetória pessoal, pública e institucional.
Mesmo tendo sido um ato da minha vida privada, reconheço que, embora motivado por uma profunda indignação diante do conjunto de fatos criminosos e ultrajantes por parte do ex-presidente e seus apoiadores, cujas condutas reiteradamente desrespeitosas ferem a ordem e o sofrimento de milhares de pessoas, à democracia e ao estado democrático de direito que sempre configuram afronta aos mais elementares valores civilizatórios, essa forma de fazer piada para chamar atenção a esses aspectos não se coaduna com o decoro, a responsabilidade e a elevação ética que o cargo que ocupo exige.
Reitero, de modo inequívoco, meu compromisso com a defesa dos direitos humanos, da dignidade da pessoa humana e da convivência democrática, mesmo, e sobretudo, diante daqueles que optam por trilhar caminhos de intolerância, desprezo à vida e desrespeito à memória das vítimas de injustiças históricas. Não sou igual a eles, e não devo agir igual a eles, mesmo diante de tanta indignação, e por isso mesmo devo reconhecer e me desculpar quando me excedo.
A luta contra o autoritarismo, o fascismo e todas as formas de opressão deve ser travada com firmeza, mas sem jamais transigir nos valores que nos distinguem justamente daqueles que pretendemos enfrentar. Por isso, minhas sinceras desculpas.
Helton Edi Xavier