A equipe de transição do governo Lula na área de óleo e gás se reuniu, nesta segunda-feira (5), na Petrobrás para buscar explicações sobre a venda de ativos da estatal durante a gestão do governo Jair Bolsonaro. Esse foi o segundo encontro dos membros realizado na sede do órgão, no Rio de Janeiro.
Um dos presentes na reunião, o senador Jean Paul Prates (PT-RN), um dos coordenadores do grupo e cotado para a presidência da estatal. O petista disse que não há muitos temas para tratar, menos a política de preços de combustíveis. "Isso não é assunto para a Petrobrás, é assunto de governo", afirmou ao ressaltar que a empresa não é mais monopolista desde os anos 1990.
Confome publicado pela Coluna Estadão, Jean e alguns técnicos do PT não vêem com bons olhos o atual preço feito pela companhia e quer uma fórmula que considere a produção de petróleo local, que nada tem a ver com as cotações do mercado à vista.
Petrobrás não tem problemas urgentes, diz transição
Em entrevista à CNN, o coordenador do grupo de técnico (GT) de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, disse que não identificou problemas urgentes na estatal. Segundo ele, não há preocupação em relação aos estoques de combustíveis, que têm nível suficiente para a reta final do ano.
“A reunião foi muito boa. Uma das questões importantes é que podemos ficar tranquilos com a questão de estoque. Existem estoques suficientes para esse final de ano”, confirmou o coordenador.
Outro assunto importante abordado na reunião foi a política de preços da Petrobras, que prevê equilíbrio com o mercado internacional e é alvo de críticas de membros do grupo técnico. Segundo Maurício, o novo Ministério de Minas e Energia do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter uma nova política.
“Hoje, a gente entendeu melhor como é feita a política de preços interna da Petrobras. O novo Ministério de Minas e Energia vai ter uma política do governo que será nova. Não necessariamente quer dizer que a Petrobras vai mudar a política, mas haverá uma política determinada pelo Ministério de Minas e Energia para o país”, completou.
Maurício destacou ainda que vão ser analisadas possíveis alterações no plano estratégico de 2023 a 2027 apresentado pela Petrobras na semana passada. O GT tinha pedido à estatal que adiasse a apresentação, mas a estatal informou que não poderia atrasar a divulgação do plano. Ao mesmo tempo, a empresa informou que ele poderia ser alterado pela nova diretoria.
O documento, que estabelece as metas para os próximos quatro anos, mantém a atual política de distribuição de superdividendos, também criticada pelos membros da transição, e investimentos na produção de óleo e gás.
Outras discussões
O grupo da transição deve permanecer na capital fluminense até quarta-feira (7), onde também vai se reunir com representantes da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis e da Empresa de Pesquisa Energética. Eles buscam levantar informações sobre a atual situação do setor no país e identificar possíveis ações emergenciais que precisem ser adotadas.
Foto: Brasil 247.