Uma investigação conduzida pela Polícia Civil, Ministério Público e Secretaria Estadual de Tributação do Rio Grande do Norte (SEFAZ-RN) mapeou a estrutura de uma organização criminosa suspeita de operar um esquema de fraudes envolvendo empresas de fachada, empréstimos fraudulentos e lavagem de dinheiro. Os detalhes do caso foram apresentados nesta quinta-feira (20) no Jornal das 6, da 96 FM Natal - veja no link abaixo:
A apuração, que resultou na Operação Amicis, mostra um modelo de atuação dividido em núcleos bem estruturados: liderança, operação, apoio e vítimas utilizadas como “laranjas” — muitas delas sem sequer saber que tinham empresas registradas em seus nomes.
Principais alvos da investigação
O principal investigado é João Eduardo Costa de Souza, empresário do setor de confecções e dono de franquias da marca SCHALK. Ele é apontado como líder da organização. Sua esposa, Layana Soares da Costa, também está no centro das investigações, sendo apontada como co-líder e responsável por coordenar atividades fraudulentas, como alterações contratuais e recrutamento de “laranjas”.
Outro nome de destaque é Marcelo Spyrides Cunha, empresário e suposto operador financeiro do grupo. Com ele, a polícia apreendeu quase 600 folhas de cheques e encontrou indícios de movimentações financeiras incompatíveis com sua renda declarada. Segundo as investigações, ele utilizava uma empresa de factoring para escoar recursos ilícitos.
Estrutura de atuação
O esquema envolvia ainda pessoas como Afrânio Caldas Batista Filho, que seria responsável pelas operações de troca de cheques e intermediação financeira. Esposas, sócios e prestadores de serviço também aparecem nos documentos como operadores secundários ou donos formais de empresas, com funções específicas no esquema.
As investigações indicam que o grupo atuava em diversas frentes: abertura de empresas de fachada, obtenção de financiamentos e emissão de boletos fiscais fraudulentos. Os crimes envolvem falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e possíveis fraudes contra o sistema financeiro.
Uso de “laranjas” e vítimas inocentes
O levantamento mostra o uso recorrente de “laranjas”, incluindo moradores de comunidades carentes e jovens de classe média com perfis chamativos nas redes sociais. Alguns foram usados para registrar empresas com patrimônio elevado, como caminhões e veículos de luxo, sem ter qualquer conhecimento do uso indevido de seus nomes.
Há também casos de falsidade ideológica, em que empresas foram abertas ou modificadas sem conhecimento de seus supostos sócios. Em um dos episódios, um veículo Mercedes-Benz financiado por uma dessas empresas “desapareceu” pouco tempo após a aquisição.
Atuação interestadual e comunicação sofisticada
A rede possuía conexões no Rio de Janeiro e utilizava uma estrutura de comunicação criptografada para dificultar o rastreamento das operações. Também contava com contadores e consultores que davam aparência de legalidade às empresas envolvidas.
Apesar da complexidade, todos os alvos da investigação ainda são considerados inocentes até que se prove o contrário. A apuração segue em curso, e a reportagem do Jornal das 6 ressalta que as versões das defesas estão sendo buscadas.
A 96 FM seguirá acompanhando o caso e trará atualizações conforme o andamento da operação.
A Schalk enviou uma nota de esclarecimento sobre a Operação Amicis. Leia a nota na íntegra:
Nota de esclarecimento
A Schalk vem a público manifestar-se sobre os fatos relacionados à Operação Amicis.
O empresário Marcelo Spyrides Cunha, fundador da empresa, tem conhecimento de que é objeto de investigação policial. Ele confia plenamente na Justiça brasileira e no devido processo legal para o esclarecimento da verdade.
Marcelo Spyrides Cunha nega veementemente qualquer prática de atividade ilícita. Ao longo de sua trajetória, tanto pessoal quanto profissional, sempre se pautou pelos mais rigorosos padrões éticos e legais. Desde o início das apurações, reafirma seu total compromisso com a transparência e assegura que sempre estará à disposição das autoridades para colaborar com a Justiça.
A investigação tem como foco um franqueado da rede, cujas eventuais condutas foram praticadas de forma autônoma e sem qualquer relação com a gestão administrativa da Schalk.
A empresa esclarece que não compactua com qualquer prática irregular e reitera que todas as suas operações estão funcionando normalmente e seguem estritamente a legislação vigente.
Em 20 anos de atuação no mercado, a Schalk nunca atuou como pessoa jurídica "fantasma", nem, muito menos, com "rede de laranjas". A empresa sempre prezou pela integridade e transparência em todas as suas atividades empresariais.
Reafirmando seu compromisso histórico com a legalidade e a transparência, Marcelo Spyrides Cunha mantém confiança absoluta de que a verdade será estabelecida por meio do sistema de Justiça.
A empresa segue aguardando serenamente o desenrolar dos procedimentos legais, certa de que a Justiça fará prevalecer a verdade e a inocência de seu fundador.
Atenciosamente,
Equipe Schalk