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Esporte

SAFiel promete quitar dívidas e transformar torcedores do Corinthians em acionistas

Foto: Jairo Nascimento/CNN Brasil

O projeto SAFiel, que pretende transformar o Corinthians em SAF, foi apresentado nesta terça-feira (28), em São Paulo. A proposta é que os torcedores do Corinthians sejam também acionistas e organizar as finanças do clube.

A notícia é da CNN Brasil. O modelo da SAF terá o controle do futebol, que será dividido em ações que podem ser compradas por membros do sócio-torcedor, reorganizado como uma empresa chamada “Invasão Fiel S/A”. É dali que virão os recursos para o clube. Associados também poderão comprar ações. Há ações para pessoas com e sem direito a voto na gestão.

Outra parte da proporção acionária continuará com o Clube Associativo. Os recursos poderão ser externos, a exemplo dos patrocinadores.

Ou seja, o projeto SAFiel é uma junção do clube social com um tipo de empresa de capital aberto. O torcedor comprará ações e o dinheiro será usado para sanar e gerir as contas do Corinthians. A gestão será de executivos, com auditorias de dados e cobrança de resultados. Torcedores com ações poderão votar nos membros da gestão.

Estarão sob o modelo o futebol masculino, feminino e as categorias de base, direitos econômicos de atletas e patrocínios do futebol.

O evento de lançamento aconteceu nesta terça, no Museu do Futebol, no Pacaembi. O presidente do clube, Osmar Stábile, foi convidado, mas não compareceu ao evento.

Segundo o empresário Carlos Teixeira, o foco do projeto é a “transparência para transformar o Corinthians. O projeto veio para quitar as dívidas, o estádio, mas o objetivo é colocar todos os torcedores corintianos no centro de tudo, fazendo com que seja impossível que o clube seja capturado por interesses particulares”.

A proposta oficial será entregue ainda nesta terça para a presidência do clube, no Parque São Jorge. Eles pretendem propor a assinatura de um memorando de intenção para dar sequência ao estudo de viabilidade, assembleia de sócios e, por fim, início das operações.

Na segunda-feira (27), foi apresentado um projeto de membros do Timão que visa reforma no estatuto e abertura para uma futura SAF.

Para os idealizadores da SAFiel, os projetos são antagônicos e a proposta apresentada por Romeu Tuma, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthianse, não é clara sobre o pagamento da dívida do clube e inviabiliza a ideia de compartilhar ações com torcedores. Para eles, há também uma dificuldade de diálogo com a gestão do Timão.

Para os criadores, por exemplo, o modelo de gestão seria capaz de desviar ilícitos e denúncias criminais contra o clube e, assim, restaurar a credibilidade com investidores.

Ações populares

As ações têm valores variados. O modelo “investidor profissional” é de 15 mil ações estimadas em R$ 3 milhões (30% do total). O pote “varejo amplo” varia de R$ 2.200 a R$ 3 milhões por 11 ações (cerca de 45% do total). Por fim, a “reserva popular” varia de 1 a 10 ações com valores de R$ 200 a R$ 2.000 (25% das ações). É válida apenas uma reserva por CPF com limite máximo de 1,8% das ações.

Os sócios deverão fazer parte do Fiel Torcedor, adimplentes e assumir o compromisso como associado por um tempo mínimo, estimado em cinco anos, no novo programa Fiel Investidor. Não há previsão de pagamento de dividendos das ações de forma imediata.

A estimativa de captação de recursos é de R$ 1,6 bilhão a R$ 2,5 bilhões e chegar, em breve, em mais de um milhão de sócios torcedores.

O modelo é inspirado em clubes como Atlético de Madrid e Bayern de Munique.

Um novo estatuto prevê, por exemplo, a comprovação de capacidade técnica dos gestores da SAFiel, a fim de evitar conflitos de interesses ou a compra demasiada de ações com intuito de formar uma espécie de gestor majoritário.

Estrutura

Há também a previsão do reinvestimento do lucro da SAF no próprio Corinthians. Por ora, o grupo afirma que vai reestruturar a dívida, que atualmente ultrapassa R$ 2,7 bilhões, melhorar o saldo do caixa e realizar investimentos em infraestrutura e qualidade técnica do futebol.

Isso inclui modernização do CT Joaquim Grava, construção de um centro de treinamento para a base e expandir a capacidade da Neo Química Arena para 70 mil pessoas.

A gestão das demais áreas do Corinthians, como o clube social, continuará sob a gestão da presidência da agremiação. O clube poderá receber royalties mensais e captar recursos para demais áreas.

Quanto à SAFiel, haveria um comitê de governança e conselhos de administração, fiscalização e cultural — todos aptos a uma auditoria externa. Os cargos exigirão atributos mínimos de capacidade de trabalho. Na prática, a SAF terá um CEO e diretores.

Para tal, o grupo mira criar uma nova empresa futebolística que junta sócios-torcedores e sócios do clube social. Até um aplicativo seria criado para publicar informações sobre finanças, ações e votações.

Origem

A SAFiel nasceu da união dos criadores que se conheceram na campanha Doe Arena, organizada pela torcida Gaviões da Fiel para o pagamento da dívida do estádio alvinegro, em Itaquera. São eles os empresários Carlos Teixeira e Maurício Chamati, o advogado Eduardo Salusse e o publicitário Lucas Brasil.

O grupo afirma que o projeto é fruto de uma construção coletiva cujo debate durou 150 dias e envolveu profissionais, torcedores, dirigentes e associados.

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