A plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media, empresa do presidente americano, Donald Trump, apresentaram nesta terça-feira (22) uma nova petição à Justiça Federal da Flórida, na qual solicitam que sejam encaminhados a órgãos do governo dos Estados Unidos pedidos para que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e outros juízes da corte sejam investigados e sofram sanções. A notícia é da Gazeta do Povo.
A petição integra um processo ingressado contra Moraes pelas duas empresas este ano, alegando que medidas do ministro do STF relativas ao Rumble seriam ilegais pela legislação americana. A Trump Media faz parte da ação porque o Rumble fornece serviços de nuvem para a Truth Social, principal produto da empresa do presidente americano.
“Um homem — o juiz Alexandre de Moraes — agora detém domínio irrestrito sobre o Judiciário, a acusação e o próprio processo de investigação [no Brasil]. Ele seleciona os alvos, emite os mandados, nega os recursos e censura a verdade. E este Honorável Tribunal, por meio de sua análise do presente caso, tem o poder solene de dizer: ‘Chega’”, argumentaram o Rumble e a Trump Media.
Em relação ao Departamento de Estado, as duas empresas solicitaram que o tribunal da Flórida encaminhe notificação “às autoridades federais competentes para consideração de sanções nos termos da Lei Magnitsky Global [que permite ao governo americano punir violadores internacionais dos direitos humanos]” contra Moraes e outros ministros do STF.
As duas empresas também pediram encaminhamento “dos fatos e materiais deste memorando ao Departamento de Justiça dos EUA para análise preliminar”.
“Em particular, o requerente solicita o envolvimento com o Escritório de Assuntos Internacionais e a consideração sob as atuais estruturas americanas que regem a corrupção estrangeira, a censura digital e a repressão transnacional”, afirmaram.
“Caso os fatos sustentem essa decisão, solicitamos que o Departamento de Justiça abra um inquérito formal ou faça encaminhamentos às autoridades federais apropriadas ou a parceiros internacionais capazes de iniciar procedimentos sob a legislação nacional ou internacional”, acrescentaram as duas empresas.
Na sexta-feira passada (18), o Departamento de Estado americano já havia aplicado sanções contra Moraes, “aliados dele” no STF e seus familiares, que tiveram seus vistos revogados e ficaram, assim, impedidos de entrar nos Estados Unidos.
Em publicação no X, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, citou que a medida foi motivada pelo que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF num processo por suposta tentativa de golpe de Estado e alvo na sexta-feira de uma operação da Polícia Federal (PF), autorizada por Moraes.
O ministro também impôs medidas cautelares contra o ex-presidente, como uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno das 19h às 7h e proibição do uso de redes sociais, que foram confirmadas pela Primeira Turma do STF.