O salário médio de admissão no Rio Grande do Norte foi de R$ 1.760 em 2024, colocando o estado na 23ª posição entre as 27 unidades da federação, de acordo com estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). O valor é R$ 418 menor que a média nacional, de R$ 2.178.
Mesmo com o pequeno crescimento de 0,8% em relação a 2023, o RN continua entre os cinco estados com piores remunerações iniciais. Segundo a FIRJAN, a falta de setores industriais de maior porte e de atividades tecnológicas explica, em parte, a posição do estado no ranking.
No entanto, o recorte setorial mostra uma realidade diferente dentro do RN. A indústria potiguar paga salários iniciais acima da média nacional, com R$ 2.629,89. Esse valor é puxado principalmente pelas áreas de petróleo e gás, em que os salários podem ultrapassar R$ 15 mil, e pelo setor de energia eólica, que tem criado oportunidades em municípios produtores, como Areia Branca e João Câmara. Também se destacam a fabricação de máquinas e equipamentos elétricos, a extração mineral e os serviços de eletricidade e gás.
Por outro lado, as áreas de comércio e serviços, que concentram a maior parte das vagas no RN, são as que mais pressionam a média para baixo, mantendo os salários de admissão em patamares menores.
De acordo com Helder Cavalcanti, conselheiro do Corecon-RN, o problema é que, com rendimentos tão baixos, o impacto positivo do salário sobre a economia local fica reduzido. “Com um ganho maior, o trabalhador consegue consumir mais, girar a economia e estimular novos negócios. Quando o salário é baixo, o efeito é limitado”, avalia.
A informalidade é outro desafio. No estado, cresce o número de pessoas atuando como motoristas de aplicativo, prestadores de serviços autônomos e trabalhadores por conta própria, o que diminui a arrecadação e reduz a proteção social.
A Federação das Indústrias do RN (FIERN) destaca que, embora setores estratégicos paguem bem, o estado enfrenta dificuldades para atrair novas empresas e ampliar o mercado de trabalho. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que mede a expectativa do setor produtivo, caiu de 60,6 pontos em janeiro para 53,2 em agosto de 2025, sinalizando um cenário de cautela.
Com informações da Exame.