2025 chega ao fim e o Prefeito de Natal não cumpriu uma das principais promessas de campanha relacionadas à mobilidade urbana: a licitação do transporte coletivo. Anunciada como prioridade pela gestão do prefeito Paulinho Freire, a medida mais uma vez não saiu do papel, mantendo um modelo considerado ultrapassado, caro e ineficiente para a população.
O impasse se arrasta há anos e produz efeitos diretos no dia a dia dos natalenses. As tarifas seguem elevadas, muitas regiões da cidade continuam sem cobertura adequada de linhas de ônibus e a frota, em grande parte, apresenta sinais claros de sucateamento, com veículos antigos, problemas mecânicos recorrentes e pouca acessibilidade.
Especialistas em mobilidade urbana avaliam que a ausência da licitação impede a modernização do sistema, a ampliação da concorrência e a definição de metas claras de qualidade, conforto e eficiência. Sem um novo contrato, o município segue refém de um modelo precário, que não acompanha o crescimento da cidade nem as necessidades atuais da população.
Além disso, usuários reclamam da redução de linhas, da baixa frequência dos ônibus e da superlotação, especialmente nos horários de pico. Para muitos trabalhadores, estudantes e idosos, o transporte coletivo deixou de ser uma alternativa viável, empurrando parte da população para o transporte individual ou informal.
A licitação do transporte coletivo é considerada fundamental para garantir melhorias no serviço, renovação da frota, integração de modais e revisão da política tarifária. Sem ela, Natal permanece presa a um sistema que onera o cidadão e compromete o direito básico à mobilidade urbana.
Com o encerramento de mais um ano sem solução, cresce a cobrança da sociedade por respostas concretas e ações efetivas. Afinal, quem depende do ônibus não pode mais esperar por promessas que se repetem, mas não se cumprem.