Foi sepultado nesta segunda-feira (1), no Cemitério do Cristo, em João Pessoa, o corpo de Gerson de Melo Machado, 19 anos, atacado por uma leoa após invadir a jaula do animal em um zoológico da capital paraibana. No enterro, apenas a mãe que perdeu o poder familiar há mais de dez anos e uma prima estiveram presentes, além de moradores da região.
Gerson, conhecido como Vaqueirinho, teve uma trajetória marcada por passagens por abrigos desde a infância. A mãe, diagnosticada com esquizofrenia, perdeu a guarda de todos os filhos quando ele tinha 10 anos. Os irmãos foram adotados, mas ele permaneceu institucionalizado por apresentar transtornos mentais.
Segundo registros do Conselho Tutelar, o jovem fugia com frequência dos abrigos e passou longos períodos nas ruas. Aos 12 anos, foi encontrado sozinho em uma rodovia e encaminhado a uma clínica, onde foram identificados comportamentos associados a transtorno psicótico. A confirmação do diagnóstico de esquizofrenia ocorreu anos depois, quando ele respondeu a um processo por dano patrimonial e foi considerado inimputável pela Justiça.
Ao longo da adolescência, Gerson alternou internações, fugas, períodos nas ruas e episódios em que buscava acolhimento. Também acumulou ocorrências policiais relacionadas a furtos e danos, sempre ligados à sua condição psiquiátrica.
Dias antes da morte, ele procurou o Conselho Tutelar pedindo documentos para tentar tirar a carteira de trabalho. O ataque no zoológico ocorreu quando ele entrou no recinto do animal, sendo fatalmente ferido pela leoa.