Mendonça entrou pessoalmente em campo para ajudar a indicação. De acordo com os relatos, em ligações feitas nos últimos dias a pelo menos cinco senadores, principalmente da oposição que o apoiou em 2021, Mendonça afirmou que Messias “não é militante”, ressaltou que o advogado-geral tem perfil técnico e religioso. A informação é do O Globo.
Segundo parlamentares o ministro enfatizou que Messias não representa um avanço automático da influência do governo no tribunal e que sua trajetória no Senado e no mundo jurídico é sólida o suficiente para garantir independência. Kassio Nunes Marques também estaria atuando na mesma linha, segundo aliados do indicado de Lula.
Messias também já está atuando e tem ligado se encontrado com senadores.
A atuação ocorre em meio à pressão imposta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ao marcar a sabatina para 10 de dezembro, comprimindo o tempo do Planalto para construir apoio. Com apenas nove dias entre a leitura da mensagem presidencial e a sabatina, o governo perdeu margem para que Messias percorra gabinetes e converse individualmente com senadores — movimento considerado essencial após a resistência causada pela forma como Lula conduziu a indicação.
Do outro lado, o governo e aliados de Messias vem atuando para tentar adiar essa sabatina e ganhar mais tempo. O trabalho é uma tentativa de convencer o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aceitar a mudança de data.
—Eu não tenho o poder de desmarcar, mas tem muitas pessoas ponderando que está muito em cima— disse o líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) ao GLOBO.
Messias segue fazendo seu périplo pelo Senado e tem diversos encontros marcados para esta quarta-feira, entre eles, com uma de suas principais aliadas na Casa, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
A investida surge num quadro de acirramento político. A decisão de pautar a sabatina rapidamente de Alcolumbre, que preferia Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, foi vista por líderes como uma forma de “chamar para briga” e ampliar o desgaste com o Planalto. A oposição, inflamada após a condenação de Jair Bolsonaro, enxerga na votação uma oportunidade de expor fragilidades do governo e pretende usar o curto prazo como elemento de pressão.
Nesse ambiente, governistas admitem que Lula terá de se envolver pessoalmente para convencer senadores de centro e parlamentares que se sentiram ignorados no processo de escolha.