O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR), nesta terça-feira (3/6), para pedir a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A ação se dá depois de a parlamentar anunciar que deixou o Brasil — ela está nos Estados Unidos e deve seguir para a Itália. A matéria é de Gabriel Buss, do Metrópoles.
Zambelli saiu do país poucos dias depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão e à perda de mandato por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
“Protocolei representação à Procuradoria-Geral da República com pedido de decretação de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli, atualmente foragida, por representar risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas brasileiras”, declarou Lindbergh na rede social X.
Além do pedido de prisão preventiva, a representação enviada à PGR pelo líder do PT solicita:
- que Zambelli seja colocada na lista de foragidos da Interpol;
- que se inicie o procedimento de extradição, com base nos tratados internacionais vigentes;
- que se determine o bloqueio dos valores recebidos por Pix e apure os indícios de estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal; e
- que se oficie ao Ministério das Relações Exteriores para revogação do passaporte diplomático da representada.
Zambelli diz que pedirá licença do mandato
A parlamentar alegou que vai ficar na Europa por ter cidadania europeia e que vai “denunciar a ditadura” que, segundo ela, o Brasil vive. Segundo a deputada, ela vai pedir licença não remunerada, assim como fez o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos.
Embora esteja condenada pelo STF, Zambelli poderia viajar para fora do país. O passaporte dela foi liberado pelo Supremo e não há restrições a deslocamentos durante a fase recursal.
“Vou me basear na Europa. Eu tenho cidadania europeia, então estou muito tranquila em relação a isso. Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país. Não é desistir do país. Muito pelo contrário: é resistir. É voltar a ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs”, declarou a parlamentar.