Nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (3), a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) cumpre 35 mandados de busca e apreensão no estado e em São Paulo (SP). Entre os envolvidos nas investigações, estão o cantor MC Poze do Rodo; a esposa dele, Vivi Noronha; e um terrorista da Al-Qaeda identificado como Mohamed Farah de Almeida.
O objetivo da operação policial é desarticular um esquema de lavagem de dinheiro controlado pelo Comando Vermelho (CV). Durante as investigações conduzidas pelas delegacias de Roubos e Furtos (DRF) e de Repressão a Entorpecentes (DRE), a PCRJ descobriu que Mohamed seria um dos suspeitos que atuam em um esquema de empresas, eventos e restaurantes de fachada. As informações são do Metropoles.
Além de ter um histórico relevante no sistema financeiro informal ligado ao CV, ele é procurado pela polícia federal dos Estados Unidos, o FBI, por supostamente ser operador de valores para a Al-Qaeda, segundo dados obtidos por meio de cooperação internacional.
Alvo principal da megaoperação desencadeada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) nesta terça-feira, para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Comando Vermelho (CV), a mulher de MC Poze, Viviane Noronha, é apontada como peça-chave na teia de negócios que a facção mantém para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo faturado com o tráfico de drogas e outros crimes.
Viviane e a empresa dela figuram como beneficiárias diretas de recursos oriundos da facção, sempre recebidos por meio de pessoas interpostas, no caso laranjas e testas de ferro, com o objetivo de ocultar a origem ilícita do dinheiro. A operação cumpre 35 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo, além de ordens de bloqueio e indisponibilidade de bens e valores em mais de 35 contas bancárias.
As análises financeiras apontam que valores provenientes do tráfico de drogas e de operadores da lavagem de capitais da facção foram canalizados para contas bancárias ligadas a Viviane, que passou a ser um dos focos centrais do inquérito.
Ainda que não existam indícios de participação direta nas atividades do tráfico, o uso da imagem pública e estrutura empresarial para movimentar valores suspeitos motivou medidas cautelares, como bloqueio de bens, quebra de sigilos e busca e apreensão.
Saiba mais sobre a operação
- A megaoperação da PCRJ visa desarticular um esquema usado pelo Comando Vermelho para lavar fortunas provenientes do tráfico de drogas e de outras atividades criminosas.
- A facção teria usado empresas em nome de Vivi Noronha, esposa de MC Poze do Rodo, para “passar a limpo” R$ 250 milhões, dinheiro sujo acumulado pelo CV.
- Além das buscas na casa do cantor, a Justiça autorizou o bloqueio e a indisponibilidade de bens e valores de mais de 35 contas bancárias.
- O esquema usava pessoas físicas e jurídicas para dissimular a origem ilícita dos valores, supostamente investidos em fuzis, cocaína e na consolidação territorial da facção.
- O dinheiro que entrava no caixa das empresas de Vivi Noronha teria sido depositado nas contas por criminosos do CV, que, posteriormente, recebiam os valores “limpos”.
- Nos últimos dias, a esposa de Poze usou as mídias sociais para acusar policiais civis de furto, supostamente ocorrido durante as buscas no âmbito da operação que levou o MC à prisão.
- Para a PCRJ, a “narcocultura” tem fortalecido a influência do tráfico no país e ajudado a inspirar na juventude uma imagem glamourizada da vida criminosa.
- “O que se vende como liberdade de expressão ou arte da ‘periferia’ é, muitas vezes, narcocultura financiada pelo Comando Vermelho, usada para recrutar, dominar e iludir”, divulgou a corporação.