O influenciador Hytalo Santos e o marido Israel Nata Vicente, conhecido como “Euro”, teriam papel de destaque em uma rede nacional de tráfico humano. O casal “compraria” crianças e adolescentes e logo depois os treinariam para participar dos canais digitais da dupla.
O casal foi preso em Carapicuíba (SP), nessa sexta-feira (15), em ação que cumpriu ordens da Justiça paraibana. A dupla é investigada por tráfico de pessoas, exploração sexual de adolescentes, trabalho infantil artístico irregular e lavagem de dinheiro.
A coluna Na Mira apurou que Hytalo Santos teria utilizado uma rede de contatos para captar meninas e meninos nascidos em situações de vulnerabilidade socioeconômica. As vítimas seriam aliciadas, transportadas e exploradas sempre dentro de um contexto de exploração sexual, trabalho análogo à escravidão ou outras formas de servidão.
O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública — estrutura dedicada a apoio de inteligência e cruzamento de dados em investigações cibernéticas do Ministério da Justiça — teve participação fundamental na investigação.
Os analistas integraram a força-tarefa para apoiar tecnicamente a apuração. A participação do laboratório ocorre justamente em fases que exigem mapeamento de vínculos digitais, análise de redes de relacionamento, cruzamento de dados de contas e identificação de fluxos de conteúdo monetizado nas plataformas — procedimentos típicos desse tipo de unidade, usados para rastrear possíveis coautores e facilitadores do tráfico de pessoas no ambiente online.
Em entrevista à coluna, o secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, comentou sobre a importância do trabalho desenvolvido pelo Ciberlab: ” As investigações têm por objeto os crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil. As apurações criminais vêm sendo conduzidas com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, especialmente crianças e adolescentes”, disse.
Segundo comunicado do Ministério Público da Paraíba (MPPB), atuaram de forma conjunta o Gaeco, o Ministério Público do Trabalho, as Polícias Civis da Paraíba e de São Paulo, a PRF e o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública — estrutura dedicada a apoio de inteligência e cruzamento de dados em investigações cibernéticas.