Durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid, delator da suposta trama golpista comandada por Jair Bolsonaro, minimizou o conteúdo de um áudio dele vazado no qual teria sido supostamente coagido pela Polícia Federal (PF) a adotar uma narrativa da PF sobre “ruptura institucional”. A notícia é do repórter Cristyan Costa, da Revista Oeste.
“Foi um vazamento sem consentimento, um desabafo em um momento difícil que eu e minha família estávamos passando”, disse. “Uma crise psicológica nos leva a certos desabafos. Nada de maneira acusatória (…) saí atirando para tudo o que é lado.”
Conforme Cid, ele não sabe como os áudios chegaram até a revista Veja.
Interpelado por Moraes a respeito de ter havido pressão ou coação da PF para falar o que os agentes queriam, Cid negou. “Eles tinham uma linha investigativa, enquanto eu possuía outra visão dos fatos”, declarou.
Áudios em interrogatório de Bolsonaro
Depois de ter sido interrogado pela PF, em março de 2024, Cid revelou a um amigo: “Os policiais queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, disse. “Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.”
A Veja obteve os áudios e os publicou.
Em outro momento, Cid disparou críticas a Moraes ao afirmar que o juiz do STF “é a lei”. “Ele prende, ele solta quando ele quiser, como ele quiser”, declarou. “Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação.”