Enquanto prega em cultos e atua como importante cabo eleitoral dentro do Partido Liberal (PL), Michelle Bolsonaro têm capitaneado também o nome da família nos negócios. A ex-primeira-dama ingressou com uma série de registros de marcas de dezenas de produtos, que vão desde armas de fogo, cigarro, vapes, passando por cosméticos, bebidas alcoólicas e vestuário.
A noticia é do portal METRÓPOLES. Ao todo, a ex-primeira-dama solicitou 89 registros de marcas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), de acordo com levantamento feito pela coluna. Os pedidos incluem as marcas MB Vinhos, MB Cosméticos, MB Calçados, MB Acessórios, além da repetição dos nomes Michelle Bolsonaro, Jair Bolsonaro, Bolsonaro, Bolsonaro Mito e Bolsomito.
Ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o INPI é a autarquia responsável pelos registros que garantem às empresas e pessoas o direito exclusivo de uso de sua marca em todo o território nacional.
Especialistas consultados pela reportagem afirmam que essa estratégia de registrar várias marcas é uma forma de proteger o nome como patrimônio e marcar território. E isso pode ser feito mesmo sem ter produto lançado.
Os pedidos de Michelle Bolsonaro ao INPI foram feitos, em sua maioria, entre os meses de abril e julho do ano passado. Há lotes de requerimentos feitos num único dia. Do total de 89 pedidos, 75 solicitações estão aguardando o “exame de mérito”, ou seja, a validação da marca.
Outros 13 pedidos de registro foram desconsiderados pela autarquia por falta de pagamento da Guia de Recolhimento da União (GRU) dentro do prazo estabelecido.
Ao mesmo tempo que tenta colecionar o máximo de registros de marcas para diferentes produtos, Michelle Bolsonaro disputa com dois empresários o direito ao uso exclusivo da marca “Bolsonaro Mito”. A “briga”, que ocorre no âmbito do INPI, é em relação a alguns itens, como vestuário, calçados, chapéus, além de produtos da indústria do fumo, como cigarros e isqueiros. A ex-primeira-dama acusa os concorrentes de agirem de má-fé e de não terem qualquer ligação com a família Bolsonaro.
A única marca, até o momento, que Michelle Bolsonaro conseguiu registrar oficialmente foi a logomarca do Pátria Voluntária. O antigo programa criado por ela, em julho de 2019, na condição de primeira-dama, tinha como objetivo fomentar o voluntariado articulado pelo governo com organizações da sociedade civil e o setor privado.
A iniciativa entrou no pente-fino do governo Lula e na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) em 2023. O Tribunal de Contas constatou “ausência de critérios objetivos e isonômicos para a seleção de instituições sociais beneficiárias dos recursos financeiros privados”. Além disso, a auditoria identificou falta de publicação dos resultados das avaliações das instituições sociais no cadastramento, credenciamento e habilitação.