O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse nesta sexta-feira (12), que a Advocacia do Senado vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condução do lobista conhecido como “Careca do INSS” e do empresário Maurício Camisotti ao colegiado, para que prestem os depoimentos marcados. A informação é do O Antagonista.
Os dois suspeitos de envolvimento no esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões foram presos pela Polícia Federal (PF) nesta sexta, na Operação Cambota, um desdobramento da Operação Sem Desconto. O Careca e Camisotti já haviam sido convocados pela CPMI para deporem na segunda-feira, 15, e na quinta-feira, 18, respectivamente.
Em vídeo publicado no X, Viana celebrou as prisões e fez o anúncio de que buscará manter as oitivas.
“Eu já pedi ao ministro André Mendonça, já pedi à Advocacia do Senado um requerimento para que os dois presos sejam conduzidos à CPMI na próxima segunda e na próxima quinta, para que você acompanhe pela televisão, pela imprensa, o que eles têm a dizer. Eles têm muitas explicações a dar a todos os brasileiros”, declarou.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), também celebrou as prisões. O congressista afirmou que a medida representa “a primeira vitória” do colegiado. “Há pouco mais de uma semana pedi a prisão do Careca do INSS e de Maurício Camisotti. Muitos criticaram, dizendo que era cedo. Mas o povo estava sendo roubado em todo o Brasil enquanto eles seguiam impunes”, disse.
Ainda de acordo com o deputado, as prisões marcam apenas o início da responsabilização dos acusados. “Existiam pressupostos suficientes para essa prisão e agora foi feita justiça. Vamos até o fim, porque ninguém aguenta mais tanta impunidade”, declarou.
Quebra de sigilos
Na quinta-feira (11), a CPMI aprovou requerimento de quebra e transferência do sigilo de dados bancários e fiscais de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS.
No caso dos dados bancários, os parlamentares querem acesso, especificamente, às informações de movimentação financeira, entre janeiro de 2022 e julho de 2025, de todas as contas de depósitos, de poupança, de investimento e de outros bens, direitos e valores, inclusive mobiliários, assim como das operações com cartão de crédito.
Já no caso dos dados fiscais, querem as declarações de Imposto de Renda, entre janeiro de 2022 e julho de 2025, acompanhadas de dossiê integrado com amparo, no que couber, em diferentes bases de dados que o senador indica.