O empresário e lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, repassou R$ 5 milhões à publicitária Danielle Miranda Fonteles entre novembro de 2023 e março de 2025, segundo a Veja.
Danielle já atuou em campanhas eleitorais do PT (Partido dos Trabalhadores). Um dos serviços prestados foi durante a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010.
As informações constam de Relatório de Inteligência Financeira (RIF) elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e encaminhado à CPMI do INSS.
De acordo com as defesas dos citados, os valores se referem a uma negociação para a compra de um imóvel, que acabou não sendo concretizada.
Quebra de sigilo
O senador Sergio Moro (União-PR) disse nesta quinta, 2, durante sessão da CPMI do INSS, que vai apresentar um requerimento pedindo a quebra de sigilo bancário e fiscal da publicitária.
Ele também defendeu que Danielle seja convocada à CPMI.
O relatório destaca que Fonteles é sócia da Pepper Comunicação Interativa, empresa investigada pela Polícia Federal (PF) na Operação Acrônimo, que apurou um esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais.
A empresa foi encerrada em julho de 2023.
Publicitária nega relação com PT
A defesa de Danielle Fontes afirmou que a publicitária não mantém “relações comerciais” com o PT desde 2015.
“Os valores pagos e recebidos por Danielle Miranda Fonteles estão declarados à Receita Federal e os impostos pertinentes foram devidamente recolhidos.
Portanto, o repasse refere-se a uma transação comercial devidamente documentada.
Cabe acrescentar que Danielle Miranda Fonteles não tem relações comerciais com o Partido dos Trabalhadores desde 2015, portanto há pelo menos 10 anos”, diz.
Os advogados do “Careca do INSS” afirmam que as transferências são relacionadas a uma aquisição que não foi concretizada. O contrato, segundo a defesa, prevê que os R$ 5 milhões já pagos por ele sejam devolvidos quando a casa for de fato vendida.
“Careca do INSS”
Apontado pela Polícia Federal como facilitador de um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas, o “Careca do INSS” teria usado empresas como intermediárias financeiras de associações investigadas.
A PF afirma que ele recebeu R$ 53 milhões dessas entidades e repassou mais de R$ 9 milhões a pessoas ligadas ao INSS.
Com informações do O Antagonista.