Em um discurso inflamado no Senado Federal, o senador Rogério Marinho (PL-RN) fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem acusou de “hipertrofia de poder”, “inquérito inquisitorial” e de conduzir o país a um “momento de exceção”. Veja no vídeo acima.
Marinho denunciou o que chamou de "inquérito do fim do mundo", em referência ao inquérito das fake news, que já dura sete anos e segue aberto sob a relatoria de Moraes. Segundo o senador, o processo concentra poderes “extraordinários” em um único ministro, permitindo perseguições políticas com base em “crimes de opinião”.
“Esse inquérito representa uma ação inquisitorial... um inquérito aberto de ofício, sigiloso, que engloba praticamente todos os assuntos da República”, disse Marinho.
O senador também criticou um episódio recente envolvendo dois deputados federais que foram retirados, durante a madrugada, de uma praça pública em Brasília por ordem de Moraes. “Isso mostra a invasão de competência de um poder sobre os demais. É muito grave”, afirmou.
Outro ponto de destaque foi a defesa do fim do foro privilegiado. Marinho afirmou que a prerrogativa, que deveria proteger parlamentares no exercício do mandato, tem sido usada como "arma de coação" contra o Legislativo. Ele pediu a votação imediata da PEC 33, que extingue o foro especial para autoridades. “O artigo 53 da Constituição transformou-se numa arma de subordinação. O Parlamento não vota porque o Judiciário não quer”, denunciou.
Rogério Marinho anunciou ainda que a oposição entrará em obstrução total nas atividades do Congresso, ocupando as mesas diretoras da Câmara e do Senado, como forma de pressionar a abertura de um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, por crime de responsabilidade. “Não é possível mais imaginarmos que está havendo normalidade no país. As medidas impostas ao presidente Bolsonaro foram feitas por uma questão de fígado, não jurídica”, declarou.
Marinho finalizou pedindo “reconciliação nacional” por meio da anistia e acusou o governo Lula de usar a retórica do “sem anistia” para esconder os reais problemas do país. Segundo ele, o país vive um desgoverno, com repetição dos erros fiscais de gestões passadas. “Estamos sob uma cortina de fumaça. A esquerda foi anistiada por crimes graves, mas agora prega o ódio e a divisão do país”, concluiu.