O ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. O ministro determinou que ele use tornozeleira eletrônica, tenha o porte de arma de fogo suspenso, não deixe o país, não use redes sociais e não mantenha contato com outros investigados no inquérito sobre o 8 de Janeiro. Ele também deve permanecer afastado do cargo de delegado da Polícia Federal.
Torres foi preso em 14 de janeiro assim que desembarcou no Aeroporto de Brasília vindo dos Estados Unidos, onde estava de férias com a família. A suspeita é que ele tenha se omitido em relação aos atos extremistas de 8 de janeiro em Brasília, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. O ex-secretário está em uma cela especial no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop), no mesmo terreno do 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, Distrito Federal.
Segundo Moraes, os motivos para a detenção de Torres "cessaram" porque a prisão preventiva já alcançou sua finalidade com a realização de novas diligências policiais. "No atual momento, portanto, a manutenção da prisão não mais se revela adequada e proporcional, podendo ser eficazmente substituída por medidas alternativas", afirma.
Investigações
No primeiro depoimento à Polícia Federal, em 18 de janeiro, Anderson Torres permaneceu calado. Em 3 de fevereiro, ele aceitou depor e falou por cerca de dez horas sobre os atos de extremismo em Brasília e afirmou que houve "falha grave" da atuação da Polícia Militar do DF naquele dia.
Além da omissão em 8 de janeiro, Torres é alvo de uma investigação da Polícia Federal que apura se ele interferiu na Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições do ano passado. No depoimento prestado sobre o caso, o ex-ministro negou ter interferência no órgão durante o período eleitoral.
R7