O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (17) que, caso o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sinalizasse positivamente e seu passaporte, apreendido pela PF (Polícia Federal), fosse devolvido, ele mesmo poderia negociar as tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.
"Se o Lula sinalizar para mim, eu sei que não é ele que vai dar o passaporte, eu negocio com o Trump. (...) Quem não vai conversar vai pagar um preço alto", afirmou em coletiva de imprensa.
O ex-presidente disse acreditar que tudo “vai ficar pior” e acha “que teria sucesso em ter uma audiência com Trump”.
“Trump jogou pesado com a China, não vai jogar com o Brasil? (...) Ele não quer o Brasil cada vez mais próximo da Venezuela”, afirmou o ex-presidente.
Para ele, “está na cara” que o presidente dos Estados Unidos não vai “ceder” nos anúncios feitos, por isso a importância da negociação.
“O Brasil está ficando isolado, economicamente vamos ficar nós e a China. Por quatro, ou cinco vezes ele [Trump] citou o meu nome, ele quer restabelecer a democracia”, completou.
Tarifas de 50%
Na quarta-feira da semana passada, Trump anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil, a partir do dia 1º de agosto.
Em uma carta publicada e direcionada a Lula, o republicano atribui a cobrança a uma relação que diz ser injusta com o país e à postura do STF (Supremo Tribunal Federal) com Bolsonaro.
O presidente Lula, por sua vez, rebateu afirmando que a carta foi “total falta de respeito”.
A matéria é de Emilly Behnke, João Rosa e Manoela Carlucci, da CNN.