O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, entrou em contato com a redação da 96 FM para negar uma informação não divulgada pelo Portal da emissora, de que ele teria sido o autor do pedido de aumento do próprio salário - que passaria de R$ 111 mil para mais de R$ 165 mil por mês. Em esclarecimento, Jean Paul afirmou que "não é verdadeira a afirmação de que, como presidente da empresa, propus e aumentei o meu próprio salário".
Mais cedo, o Portal 96 noticiou que a Petrobras poderá ter um novo aumento nesta quinta-feira (27), quando a assembleia de acionistas vai votar um reajuste de 43,88% nos salários de diretores e do próprio presidente. A medida teria como justificativa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado de 2013 a 2022.
Ou seja: consideraria o fato de não ter tido aumento entre os governos de Dilma Roussef, Michel Temer e Jair Bolsonaro. A proposta já havia sido aprovada e encaminhada pelo Conselho de Administração (CA) da petroleira em março de 2023. A Assembleia Geral Ordinária (AGO), que pode confirmar a decisão, está marcada para começar às 13h desta quinta. Diante disso, Jean Paul explicou:
"Diferente do que foi publicado em alguns veículos, a proposta de correção da remuneração fixa dos administradores da companhia (que inclui membros da diretoria executiva e conselheiros e é matéria deliberada diretamente no âmbito do Conselho de Administração, sem passagem prévia pela Diretoria Executiva), foi aprovada pelo CA da Petrobras e não tem efeito imediato.
Cabe esclarecer que me abstive da decisão tomada pelo colegiado, assim como outros três Conselheiros, que, como eu, deverão permanecer no Conselho. Os Conselheiros que votaram favoravelmente tiveram como base a percepção de oportunidade de melhoria dos valores de remuneração, atualmente praticados à luz de referências de empresas com as mesmas características."
Em relatório que antecede a AGO, a companhia informou que a remuneração total para o cargo de presidente foi o equivalente a 18,19% do praticado pelo mercado ao longo de 2022. Afirmou ainda que o salário dos diretores no mesmo período foi o equivalente a 54,85% da média praticada pelas empresas.
"A indicação de correção dos salários não tem nenhuma motivação individual e sequer atende a pleitos exclusivos da nova gestão, já que se trata de um tema que deve ser obrigatoriamente analisado pelas estatais para subsidiar decisão da AGO quanto ao montante que será destinado à remuneração de seus administradores no próximo ano", acrescentou o atual presidente.
Ainda segundo relatório da Petrobras, caso aprovadas, as propostas somam um desembolso de até R$ 54,26 milhões para o período de abril deste ano a março de 2024, valor que representa um aumento de 37,1% em relação ao aprovado pela AGO em 2022.