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Cidades

Médicos denunciam falta de roupas cirúrgicas e precarização no CTQ do Walfredo Gurgel

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Foto: José Aldenir/Agora RN

Médicos do Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, denunciam a falta de roupas cirúrgicas e condições precárias de trabalho na unidade. Segundo o Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), os profissionais têm sido obrigados a compartilhar roupas entre plantões devido à ausência de estoque adequado. Com informações do Agora RN.

“Não pode um profissional trabalhar à noite com a roupa cirúrgica e de manhã repassar para o colega. Isso expõe todos os riscos possíveis”, afirmou o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira.

A entidade classificou a situação como “inaceitável” e informou que chegou a doar roupas cirúrgicas para amenizar o problema imediato, mas ressaltou que a medida é apenas simbólica diante da precariedade.

Além da falta de insumos, Ferreira destacou que a carência de médicos, enfermeiros e técnicos ameaça o funcionamento do setor e pode comprometer cerca de R$ 2 milhões em repasses federais anuais. “Estamos vivendo um caos verdadeiro, com risco de perder verbas federais por não atender ao quantitativo mínimo de profissionais”, disse.

Segundo ele, o problema se agravou após a transferência de parte da equipe para outras unidades, sem reposição suficiente. Ferreira lembrou ainda que o CTQ é referência não apenas para o Rio Grande do Norte, mas para todo o Nordeste, e que mesmo pacientes de planos de saúde recorrem ao SUS em casos graves de queimaduras.

“Quando há um acidente de trânsito ou uma grande queimadura, a primeira referência é o SUS. Não há alternativa”, destacou.

Outro ponto criticado foi a distorção nas estatísticas oficiais de leitos. O presidente do sindicato citou a visita a um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) em Natal que, segundo dados da Sesap, teria 12 leitos, mas na prática contava apenas com camas de madeira, sem colchões. “Essas estatísticas não condizem com a realidade. É preciso reconhecer a falta de leitos e melhorar a estrutura”, completou.

Governo anuncia retomada das obras

Após as denúncias, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que fará um contrato emergencial para retomar as obras de reforma do CTQ, paralisadas há mais de um ano.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, o processo de contratação direta já está em andamento. “Desde o dia 16 de abril, o processo interno tem acontecido e, nesta semana, foi autorizada a ordem para que possamos dar andamento. A estimativa da Secretaria de Infraestrutura é que a dispensa de licitação ocorra dentro de até 45 dias”, afirmou.

Com a paralisação da reforma, a unidade perdeu setores essenciais, como ambulatório, salas de curativos, espaço de reabilitação e até o posto de enfermagem. Entre os problemas relatados estão a transformação de um setor fechado em enfermaria aberta – o que compromete o controle de infecções –, ausência de leitos de isolamento, redução de enfermarias e falta de locais adequados para armazenar insumos e garantir repouso das equipes.

Além disso, materiais básicos e insumos para curativos e cirurgias têm faltado regularmente, agravando a crise do único serviço especializado em queimaduras do estado.

 

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