Apesar de ter tido suas condenações revertidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não esqueceu dos problemas que teve ao longo da operação Lava Jato, que atacou durante discurso em Luanda, Angola, nesta sexta-feira (25). A notícia é do Metrópoles.
“A Lava Jato, que tentou me perseguir, me deu um atestado de pobreza. Ficou futucando minha vida, meu telefone, minha conta bancária, dos meus cinco filhos, invadiu minha casa, foi para a Suíça, foi para o Departamento de Justiça dos EUA e não encontraram um dólar”, reclamou o petista, em discurso de encerramento de um fórum empresarial.
“Mas não tiveram coragem de reconhecer, porque já tinham mentido muito para a sociedade brasileira”, seguiu Lula. “Eu sei que aqui em Angola vocês liam a revista Veja, viam a TV brasileira. A desgraça de uma grande mentira é que você passa o resto da vida contando ela para justificar a própria mentira”, concluiu ele.
Por causa da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo um tríplex no Guarujá, Lula passou 580 dias preso, entre abril de 2018 e novembro de 2019. Ele foi condenado em primeira instância em 2017, pelo então juiz Sergio Moro, e teve a sentença confirmada pelo TRF-2, que previu pena de 12 anos e um mês.
O petista foi solto após mudança de posição do STF em relação à prisão após condenação em segunda instância. E, em março de 2021, o ministro Edson Fachin aceitou os argumentos da defesa do petista e considerou que Lula não deveria ter sido julgado pela Justiça Federal de Curitiba, anulando os processos. A decisão foi confirmada pelo pleno da Corte, que também acabou considerando que Moro, hoje senador opositor ao governo Lula, foi parcial no julgamento de Lula.