Queimar ônibus; proibir pessoas de sair as ruas; fazer julgamentos no meio da rua, a luz do dia, com execução sumária em seguida; promover um atentado a bala dentro de um dos principais aeroportos do Brasil. Nada disso, na visão do Governo Federal, na gestão Lula, é ataque terrorista ou pode fazer a facção criminosa responsável pela ação ser classificada como terrorista.
O Meio Dia RN, da 96 FM, hoje (7) discutiu o assunto, baseado na notícia de que representantes do governo Donald Trump reuniram-se com técnicos do Ministério da Justiça e Segurança Pública da gestão Lula e ouviram que, para o Brasil, facções como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC) não podem ser classificadas pela legislação do país como organizações terroristas, e sim como criminosas.
Os norte-americanos estão nesta semana no Brasil para uma série de reuniões em Brasília. Uma das pautas é a questão do enfrentamento a organizações criminosas e terroristas e acordos de cooperação internacional entre os países.
Nos Estados Unidos, a gestão Trump tem buscado enquadrar grupos criminosos latino-americanos em atividades que, pela legislação local, podem ser associadas ao terrorismo. Isso ocorre, por exemplo, com a venezuelana Tren de Aragua.
Os técnicos norte-americanos disseram aos brasileiros que defendem a classificação de organizações criminosas transnacionais como terroristas e citaram nominalmente PCC e CV.
No entanto, os coordenadores do MJSP explicaram que, pela legislação do Brasil, isso não ocorre, pois a atuação das facções não envolve crime de ódio ou religioso, mas sim a obtenção de lucro por meio do tráfico de armas e de drogas.