Os comerciantes extorquidos pelo Comando Vermelho (CV) no estado do Mato Grosso (MT) sofreram graves impactos psicológicos. Segundo relatos à Polícia Civil do MT (PCMT), alguns fecharam seus estabelecimentos e outros sofreram complicações de saúde, como infartos e AVCs. As informações são do Metropoles.
Nesta quinta-feira (31), uma ação policial mira os envolvidos na estrutura criminosa. As investigações iniciaram em janeiro deste ano, após denúncias anônimas sobre a prática de extorsão mediante graves ameaças de morte, realizadas pelo CV a comerciantes de Rondonópolis.
Os elementos coletados identificaram um esquema amplo de extorsão, envolvendo líderes da facção atualmente presos, lideranças do grupo em Rondonópolis e laranjas.
Inicialmente implantada em Várzea Grande, a estrutura criminosa se expandiu para Rondonópolis com o apoio de lideranças locais, com o objetivo de arrecadar valores para a facção por meio das extorsões.
Utilizando perfis falsos no WhatsApp, mas ocasionalmente exibindo o rosto, o mentor do esquema, atualmente preso, se identificava como membro da facção criminosa e responsável pelo “setor de contrabando, descaminho e sonegação”.
Em chamadas, ele exigia de comerciantes dos ramos de celulares, tabacarias e distribuidoras o pagamento de uma “taxa sobre faturamento”, calculada com base em notas de compra, venda ou inventário dos estabelecimentos, sob justificativa de um novo “projeto” da facção.
Os pagamentos eram realizados via Pix, utilizando contas de terceiros (“laranjas”), ou até em espécie.
Nos últimos meses, a preferência pelo recebimento em espécie, para evitar rastros bancários, intensificou a coação psicológica e física aos empresários.
Apesar de conhecerem os faccionados dos bairros, a maioria dos comerciantes se recusa a depor sobre as ameaças que vinham sofrendo, temendo represálias diretas.
