Apenas 32% dos municípios brasileiros atingiram as metas de vacinas básicas do calendário infantil em 2023. Embora este seja o melhor índice desde 2018, ainda segue muito abaixo do adequado, segundo mostra um novo relatório divulgado nesta terça-feira (17/6), com informações sobre a imunização no país entre 2000 e 2023.
A noticia é de BETHANIA NUNES. Os dados são do Anuário VacinaBR 2025, um levantamento inédito realizado pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) em parceria com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O trabalho é um produto da plataforma VacinaBR, criada em dezembro de 2023. Ele cruza informações municipais, estaduais e nacionais de bancos públicos de vacinação (como o DataSUS e o InfoMS) com dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
O relatório mostra que houve uma queda contínua nas coberturas vacinais de praticamente todos os imunizantes infantis desde 2015. Essa queda se intensificou em após 2020, com a pandemia de Covid-19.
Embora os dados mostrem melhora a partir de 2022, os números ainda estão muito aquém das metas de imunização. Nenhuma das vacinas infantis do calendário nacional atingiu as metas de cobertura estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em todos os estados em 2023.
Em 2023, último ano analisado pelos pesquisadores, aproximadamente 80% da população brasileira ainda vivia em municípios que não atingiram as metas de imunização para a maioria das vacinas analisadas individualmente.
Vacinas com múltiplas doses, como a tríplice viral, apresentam altas taxas de evasão entre as doses. Em alguns estados, mais de 50% das crianças não recebem a segunda dose, comprometendo a proteção contra sarampo, caxumba e rubéola.
Apenas nove estados e o Distrito Federal atingiram coberturas acima de 80%, a maioria deles nas regiões Sudeste e Sul do país. Somente o Paraná ultrapassou os 90%.