A Prefeitura do Rio interditou nesta terça-feira (15) o asilo clandestino “Lar Maria Lúcia”, em Santa Cruz, na Zona Oeste, por condições insalubres, suspeita de maus-tratos e alimentação precária. O local abrigava 35 idosos, de 60 a 90 anos, muitos deles encontrados desnutridos, desidratados, com sinais de violência, e até amarrados às camas.
Durante a vistoria, feita pela Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável, foram identificadas vítimas em estado de extrema fragilidade, sem acesso ao banheiro e em contato com urina e fezes. Alguns tinham sequelas de AVC, transtornos mentais, deficiência visual e grau 3 de dependência, sem suporte médico adequado.
Mesmo nessas condições, os internos pagavam entre R$ 1,2 mil e R$ 2 mil de mensalidade. Seis idosos foram levados de ambulância pelo Samu a hospitais — uma das vítimas estava com o fêmur quebrado; outra, com emagrecimento descrito como “cadavérico”.
Na hora da fiscalização, apenas duas cuidadoras estavam no local para cuidar dos 35 idosos. O abrigo, que funcionava sem alvará, apresentava falhas graves no armazenamento de alimentos e estrutura física. A responsável, Keline Santos Lino, de 38 anos, ainda não havia sido localizada.
As famílias dos idosos estão sendo contatadas, e aqueles sem vínculo serão encaminhados a abrigos da prefeitura. A operação “Direito da Pessoa Idosa” foi coordenada por órgãos municipais com apoio da Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti).