A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) aberta para investigar fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou seus trabalhos nesta terça-feira (26/8), às 9h. Entre as primeiras tarefas, estão a deliberação de normas de funcionamento do colegiado, a votação de requerimentos e as primeiras convocações.
Foi aprovado o convite de comparecimento de ministros da Previdência desde 2015. O colegiado também aprovou a convocação do Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, e dos presidentes do órgão dos últimos 10 anos.
Após uma votação rápida dos requerimentos, a programação ficou da seguinte maneira:
- Aprovação dos convites a ministros (convocações viraram convites);
- Convocação de ex-presidentes do INSS, da Dataprev e de diretores de benefícios;
- Convocação de Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS; e
- Convocação do empresário Maurício Camisotti.
O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), aprovou 34 dos 35 requerimentos que estavam na pauta do colegiado. As convocações do Careca do INSS e de Camisotti não estavam na lista de requerimentos a serem votados nesta terça.
A aprovação foi fruto de um acordo entre os líderes da base e do governo. Inicialmente, o deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), relator da comissão, queria a convocação dos ministros (o que implica a obrigação no comparecimento). Após o diálogo, as convocações foram transformadas em convites, cujo comparecimento não é obrigatório, em um gesto mais ameno.
Investigação apartidária
Ao abrir a sessão, o presidente do colegiado, Carlos Viana (Podemos-MG), prometeu uma “investigação profunda e apartidária”. Logo depois, em consenso entre governistas e oposição, o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) foi escolhido para ser o vice-presidente da CPMI.
Já o relator da comissão, Alfredo Gaspar, disse que será “duro e implacável com todos aqueles que cometeram crimes, independentemente de qual governo tenham participado”.
Na leitura de seu plano de trabalho, Gaspar salientou que as investigações cobrirão quatro governos: Dilma 2, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula 3. “Nesse sentido, buscaremos identificar e punir as organizações criminosas com indícios fortes de tentáculos nos poderes constituídos, no setor empresarial e no mercado financeiro”, disse.
Após a apresentação do plano, governistas e oposição fecharam acordo e o aprovaram. O texto foi mantido na íntegra, conforme acordado com o senador Omar Aziz (PSD-AM), que era cotado para presidir a comissão.
Instalado em 20 de agosto, o colegiado terá o prazo de 180 dias para a conclusão dos trabalhos. Considerando o recesso parlamentar de 23 de dezembro a 1° de fevereiro, o prazo final para a entrega e votação do relatório é 28 de março de 2026.
O primeiro encontro será realizado excepcionalmente nesta terça, mas as outras reuniões estão marcadas para as segundas e quintas. De acordo com o presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), as datas foram escolhidas para não coincidir com os dias de plenário no Congresso, a fim de o governo não conseguir obstruir os trabalhos.