Por Helen Jambor - Jornalista da 96FM
A Avenida Paulista foi palco de uma grande manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu apoiadores, parlamentares, senadores e quatro governadores sob o lema “Liberdade Já”, neste domingo (29). Durante o evento, Bolsonaro defendeu aliados investigados, criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), fez projeções para as eleições de 2026 e exaltou nomes de sua base política, como o senador potiguar Rogério Marinho.
Ao discursar, Bolsonaro afirmou que, com maioria no Congresso, seria possível mudar o rumo do país, independentemente de quem esteja na Presidência da República. “Se me derem, por ocasião da eleição do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. Se me derem isso, não interessa onde esteja, aqui ou no além, quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente”, declarou. Ele também destacou que “quem liderar o Congresso vai liderar o Brasil”, ressaltando a força legislativa sobre decisões de Estado.
O ex-presidente voltou a atribuir à esquerda a responsabilidade pelos atos de 8 de janeiro. Também criticou o posicionamento do presidente Lula no conflito entre Irã e Israel. “A Rússia estava ao lado de criminosos de guerra e ditadores e o atual presidente do Brasil. Outras consequências virão, quando Lula assumiu ter lado no conflito Irã x Israel. Ele ficou do lado do Irã, país que quer a bomba atômica para varrer Israel do mapa”, afirmou.
Em referência ao senador Rogério Marinho, Bolsonaro fez elogios e o colocou como nome forte para o governo do Rio Grande do Norte. “Rogério Marinho levou água para o Nordeste, fez milhares de obras, foi eleito senador e agora ele é um grande ídolo no RN. Lá, estamos à frente da esquerda”, disse. Veja no vídeo abaixo.
O evento também teve falas em defesa de aliados com pendências judiciais. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) pediu aplausos para a deputada licenciada Carla Zambelli, o ex-deputado Daniel Silveira e o general Braga Netto. “Quero aqui, na avenida Paulista, homenagear aqueles que são perseguidos pelo Judiciário brasileiro, em homenagem a Daniel Silveira, a Carla Zambelli e ao nosso General Braga Netto. Vamos dar aplausos a esses guerreiros em nome de todos os perseguidos pela Justiça”, declarou.
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) exibiu áudios de ministros do STF sobre o poder das redes sociais, incluindo Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia. O senador Magno Malta (PL-ES) chamou Cármen Lúcia de “tirana”, citando a fala da ministra sobre “213 milhões de pequenos tiranos” durante julgamento sobre plataformas digitais.
Um dos organizadores do ato, o pastor Silas Malafaia, criticou a decisão do STF que obriga plataformas a removerem conteúdos sem ordem judicial. “Significa então que a partir de agora as plataformas e big techs são o judiciário. Como disse um jornalista, o STF acaba de terceirizar a censura”, afirmou. Malafaia também disparou contra parte da direita. “Sabe porque um cara desse [Alexandre de Moraes] não toma um impeachment? [...] Porque nós temos uma direita prostituta, vagabunda, que se vende. Nós temos uma direita séria e verdadeira, mas grande parte dela é um bando de vagabundo vendilhão.”
A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) reafirmou a defesa do voto impresso. “Nós hoje somos criminalizados porque queremos transparência eleitoral, mas nós não vamos desistir dessa pauta, vamos continuar lutando por ela”, disse. Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) apontou críticas ao atual governo federal: “Em 2 anos e sete meses destruíram tudo. Olha o prejuízo dos Correios. O Brasil não aguenta mais o gasto desenfreado e nem a corrupção. Não aguenta mais o governo gastador e o juro alto. Não aguenta mais aumento de imposto. O Brasil não aguenta mais o PT.”
O senador Marcos Rogério (PL-RO) falou sobre o processo que apura tentativa de golpe de Estado. “Querem acusar um homem sem crimes, querem condenar um presidente inocente. O Brasil é um país que, pela mão de alguns, hoje transforma narrativas em fatos, boatos em provas, e estão colocando inocentes na cadeia.”
Silas Malafaia também criticou a delação do tenente-coronel Mauro Cid, classificando-a como “fajuta”. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, declarou que não haverá vaidade na escolha do candidato da direita para 2026. “O que está em jogo no país, minha gente, é a liberdade, é o futuro dos nossos filhos e netas. Então não haverá vaidade por parte de ninguém, em especial do presidente Bolsonaro, de tomar a decisão certa na hora certa.”
Ao final do ato, Bolsonaro declarou: “Não interessa onde eu esteja, não interessa a covardia que porventura façam comigo. Eu tenho certeza que o objetivo final não é me prender, é me eliminar.”