O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou tom mais moderado na noite desta quinta-feira (7) ao tratar da possibilidade de pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro.
Após dois dias de paralisação total da oposição, as articulações políticas se intensificaram na Casa. Partidos como União Brasil, de Ronaldo Caiado, PP, de Ciro Nogueira, e PSD, de Gilberto Kassab, passaram a negociar tanto a anistia quanto o fim do foro privilegiado.
Pressionado por lideranças, Motta afirmou que o tema será submetido ao colégio de líderes: “Essa pauta deverá ser tratada no colégio de líderes como foi até hoje. Se houver ambiente político e maioria, cabe ao presidente respeitar essa vontade”.
A fala representa um recuo em relação ao posicionamento anterior, quando negou ter prometido levar o projeto ao plenário. Segundo a oposição, havia um acordo informal para que a proposta fosse votada na próxima semana, em troca da suspensão da ocupação da mesa diretora.
Com a entrada do PSD nas articulações, o presidente da Câmara tem ficado isolado, mas busca se reposicionar como defensor do regimento e das decisões coletivas. “A condução da pauta deve ser feita sem imposição e sem chantagem. A democracia exige que todas as propostas, mesmo polêmicas, sejam apreciadas de forma regimental e transparente”, afirmou.