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Blog do Bolinha


Polícia liga diretoria do Corinthians a esquema de lavagem com PCC em contrato com a VaideBet

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A investigação conduzida pela Polícia Civil de São Paulo sobre o contrato de patrocínio entre o Corinthians e a casa de apostas VaideBet aponta o repasse de R$ 1,4 milhão em comissões a contas ligadas a membros da diretoria do clube e ao crime organizado. As informações foram obtidas pela Delegacia de Repressão à Lavagem de Dinheiro por meio da quebra de sigilos bancários. O inquérito está em fase final e deve ser encerrado ainda em maio.

Segundo o rastreamento financeiro, os valores foram movimentados em contas denunciadas ao Ministério Público por Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), assassinado em novembro de 2024 no Aeroporto de Guarulhos.

As movimentações ocorreram em março de 2024, com duas transferências de R$ 700 mil cada para a conta da empresa Rede Social Media Design, de Alex Cassundé. Parte desse montante foi repassada à Neoway Soluções Integradas — R$ 580 mil e R$ 462 mil — empresa cuja sócia é Edna Oliveira dos Santos, moradora de Peruíbe. Questionada pelo portal UOL, Edna disse desconhecer qualquer envolvimento.

Na sequência, a Neoway destinou cerca de R$ 1 milhão à empresa Wave Intermediações Tecnológicas, que repassou R$ 870 mil à UJ Football Talent Intermediação. A UJ foi mencionada por Gritzbach como sendo controlada informalmente por Danilo Lima, conhecido como "Tripa", suposto integrante do PCC e investigado por envolvimento no sequestro do próprio delator em 2022.

A polícia apura os crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa, com foco em possíveis ligações com membros da atual diretoria do Corinthians. Foram ouvidos em abril o presidente Augusto Melo e os dirigentes Alex Cassundé, Marcelo Mariano e Sérgio Moura, em depoimentos prestados ao delegado Tiago Fernando Correia e ao promotor Juliano Carvalho Atoji (GAECO). Os relatos apresentaram divergências quanto à participação de Cassundé, apontado como intermediador no contrato com a VaideBet.

Nenhum dos depoentes conseguiu comprovar, até o momento, o vínculo formal entre os envolvidos na negociação.

Procurado, o clube afirmou, em nota oficial: “O inquérito policial está sob segredo de justiça, portanto não teremos nenhum comentário a adicionar. O Corinthians não tem responsabilidade por qualquer direcionamento de dinheiro que não esteja na conta bancária do Clube.”

A crise política interna culminou na marcação da votação do impeachment do presidente Augusto Melo, agendada para 26 de maio, durante reunião do Conselho Deliberativo. A admissibilidade do processo foi aprovada em janeiro por 126 votos a 114, após sessão tensa no Parque São Jorge.

O contrato com a VaideBet, anunciado em 7 de janeiro como o maior patrocínio máster do futebol brasileiro, tinha duração de três anos. No entanto, foi rescindido pela empresa em junho, sob alegação de suspeita de uso de “laranja” na formalização do acordo.

A denúncia de intermediação irregular partiu de uma coluna de Juca Kfouri no portal UOL, revelando que a Rede Social Media Design teria sido a ponte entre clube e patrocinadora, repassando parte das comissões a outras empresas.

Após a rescisão, a VaideBet notificou o Corinthians extrajudicialmente, alegando violação de cláusula anticorrupção prevista em contrato. O clube reiterou que não se responsabiliza por transações que não envolvam diretamente suas contas bancárias.

 

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