Morreu nesta quarta-feira (11), em Belo Horizonte, Enzo Veiga Guimarães, de apenas 4 anos, vítima de uma rara doença genética que compromete o sistema imunológico. Natural de Nepomuceno, no interior de Minas Gerais, o menino estava internado no CTI do Hospital das Clínicas da UFMG, onde se preparava para um transplante de medula óssea.
Enzo foi diagnosticado com deficiência de purina-nucleosídeo fosforilase, uma imunodeficiência primária grave que torna o organismo extremamente vulnerável a infecções. O tratamento indicado é o transplante de células-tronco hematopoéticas, disponível pelo SUS, mas que depende de um doador compatível.
Apesar de uma mobilização intensa da família nas redes sociais, o transplante não chegou a ser realizado. Dois doadores compatíveis haviam sido encontrados, mas o estado clínico de Enzo não permitia que o procedimento fosse feito de imediato. A cirurgia estava prevista para julho.
A família já havia enfrentado uma tragédia semelhante no fim de 2024, quando a irmã mais nova de Enzo morreu aos 12 meses com sintomas parecidos, antes mesmo de receber um diagnóstico.
A condição que acometia Enzo passou a ser incluída recentemente no Teste do Pezinho ampliado do SUS. Se identificada logo após o nascimento, a doença teria chances significativamente maiores de tratamento precoce e até cura.
Entre 2016 e fevereiro de 2025, o SUS realizou 97 transplantes de medula com doadores aparentados e não aparentados, mas não há dados públicos específicos sobre quantos pacientes apresentavam a mesma imunodeficiência rara.