Um paciente que deixou por conta própria o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, foi encontrado morto em uma estrada de terra em Ceará-Mirim, na Região Metropolitana. A causa da morte de Damião Nepomuceno Santos, de 44 anos, não havia sido esclarecida. O laudo deve ser concluído em até 30 dias. Com informações do g1 RN.
A família informou que ele havia sido internado após sofrer um corte na cabeça decorrente de uma queda na segunda-feira 17. Ele foi encontrado morto na sexta-feira 21. O último contato dos familiares ocorreu na quarta-feira 19. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), não se pode considerar fuga em casos de atendimentos comuns. A pasta informou que o paciente foi internado na terça-feira 18, seguiu sob acompanhamento médico e estava sem acompanhantes na unidade.
Ainda de acordo com a nota, Damião manifestou o desejo de deixar o hospital, mas foi orientado de que teria alta médica no dia seguinte. O hospital informou que lamenta o ocorrido e permanece à disposição da família.
Os familiares disseram que a morte ocorre em circunstâncias que consideram sem explicação, pela falta de contato do hospital e pela localidade onde o corpo foi encontrado. Damião morava no conjunto Alto da Torre, no bairro da Redinha.
Este foi o segundo caso semelhante registrado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel em menos de um mês. No fim de outubro, um paciente de 46 anos foi encontrado morto depois de sair da unidade. Na ocasião, a família acusou o hospital de negligência, e a direção informou que revisaria protocolos de segurança.
A família relatou que Damião tinha epilepsia e sofreu uma queda enquanto bebia em um bar na noite do dia 17 de novembro. Ele recebeu atendimento inicial na UPA Potengi e, no dia seguinte, foi transferido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, onde permaneceu internado.
A cunhada, Elizabete Mota, informou que ele sofreu um pequeno trauma na cabeça, confirmado após tomografia. “Ele estava bem, em momento nenhum ele perdeu a consciência”, disse. Ela afirmou que o último contato ocorreu na quarta-feira, quando familiares deram banho no paciente. “O hospital não entrou em contato com a gente. Na quarta-feira eu fui lá, ele estava bem. E a gente deu banho nele e tudo, mas estava bem, conversando e tudo. Quando a gente saiu, foi na hora que ele fugiu”, afirmou.
Segundo ela, na quinta-feira, quando uma irmã foi visitá-lo, a família recebeu uma ligação informando que ele não estava mais no hospital. Na sexta-feira, Elizabete retornou à unidade com outros familiares e confirmou a ausência.
Damião era viúvo, havia perdido a esposa durante a pandemia de Covid-19, e deixa uma filha adolescente. Ele foi enterrado no fim de semana.