O ministro do STF Alexandre de Moraes encerrou nesta sexta-feira, 27, a fase de instrução penal da ação que tramita no Tribunal sobre a tentativa de golpe no país. Assim, o processo entra na sua reta final e estará pronto para ser julgado no final de agosto ou início de setembro. A notícia é do repórter Wilson Lima, do O Antagonista.
Pela decisão de Moraes, a Procuradoria-Geral da República (PGR) terá 15 dias para apresentar suas alegações finais e depois serão concedidos mais 15 dias para as alegações finais do tenente-coronel Mauro Cid – que assinou acordo de delação premiada sobre essa ação.
Por fim, Moraes concedeu outros 15 dias para que as demais defesas também apresentem suas alegações finais.
Dessa forma, Moraes estabeleceu um período de 45 dias para a apresentação dos últimos argumentos relacionados à ação do golpe. Como o Poder Judiciário entra em recesso na segunda quinzena de julho – e automaticamente os prazos são momentaneamente suspensos -, a expectativa é que o processo esteja pronto para julgamento na última semana de agosto ou primeira semana de setembro.
Durante depoimento prestado ao STF em 10 de junho, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nunca ter falado em “golpe”.
Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, Bolsonaro disse ainda que “o golpe até seria fácil começar, o ‘afterday’ que simplesmente imprevisível e danoso para todo mundo”.
“Nunca fugi das quatro linhas da Constituição. Golpe… eu fico até arrepiado quando se fala que 8/1 foi um golpe. Mil e quinhentas pessoas, pobres coitados, que até foi levantado pelos que me antecederam agora há pouco aqui… 100 ônibus chegaram na região do setor metaurbando na madrugada de domingo e o pessoal foi logo embora depois da baderna. E sobrou para o pessoal que estava aqui. Quem realmente fez, foi embora. Não foi encontrada uma arma de fogo com essas pessoas.”
E acrescentou:
“Da minha parte, por parte de comandantes militares, nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável. O golpe até seria fácil começar, o ‘afterday’ que é simplesmente imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessa. Não foi sequer cogitada essa hipótese de golpe no meu governo”, disse Bolsonaro.