— Se os Estados Unidos não quiserem comprar (produtos do Brasil), não vou ficar chorando, rastejando. Vou procurar outros países para vender os produtos que eu vendo para eles e vamos seguir em frente. Eu aprendi a andar de cabeça erguida (...). Quero que este país seja respeitado. Qualquer nordestino é tão importante quanto qualquer americano. Se eu respeito o povo americano, eles têm que respeitar o povo brasileiro — afirmou Lula durante cerimônia de inauguração de uma fábrica da Hemobras em Goiana, Pernambuco. A notícia é do O Globo.
Lula ressaltou que as justificativas do tarifaço, tanto as comerciais quanto as políticas, não fazem sentido e voltou a dizer que quer negociar, citando os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Fernando Haddad (Fazenda), Carlos Fávaro (Agricultura) e Mauro Vieira (Relações Exteriores). — Todo o mundo preparado para negociar, a hora que quiserem negociar nós sentamos numa mesa.
— Nós vamos ajudar nossas empresas, não vamos deixar morrerem à míngua. Mas também não vamos ficar chorando porque ele (Estados Unidos) parou de comprar, não. Nós vamos vender para a Índia, a China, para a Rússia, a Alemanha, qualquer lugar. Sabe quantos mercados para os produtos brasileiros nós abrimos em dois anos e meio? Quatrocentos, completou ontem, vamos vender carne e miúdos para as Filipinas, que não compravam nada de nós — disse Lula.
O presidente tem buscado conversar com líderes de outros países que foram alvo de tarifas. Na semana passada, telefonou a Xi Jinping, da China, e Narendra Modi, da Índia, além de ter recebido telefonema de Vladimir Putin, da Rússia. Todos esses países são membros fundadores, juntamente com o Brasil, do BRICs, grupo que prega o multilateralismo nas relações internacionais.