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“Hétero flex”: Nova tendência que permite sexo entre homens que não se consideram gays

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Nos últimos anos, pesquisadores e profissionais de saúde têm observado com mais atenção um fenômeno que, embora não seja exatamente novo, vem ganhando maior visibilidade: o comportamento de homens que mantêm relações sexuais com outros homens, mas que não se identificam como gays ou bissexuais. 

Na saúde pública, esses casos são classificados como HSH — Homens que fazem Sexo com Homens —, uma nomenclatura técnica criada para mapear comportamentos de risco sem depender exclusivamente de rótulos de identidade sexual.

Em geral, trata-se de homens que se declaram heterossexuais e que buscam esse tipo de relação de forma pontual, sigilosa e, muitas vezes, desprovida de envolvimento afetivo. Os encontros acontecem, em grande parte, em ambientes privados ou digitais, afastados de espaços tradicionais de socialização LGBTQIAPN+.

Para muitos, essas experiências não interferem na forma como se veem: continuam a se considerar héteros, sob a justificativa de que o desejo ou o ato sexual isolado não define quem são, apenas o que fazem.

Especialistas em sexualidade apontam uma série de fatores por trás desse comportamento: repressão cultural, padrões rígidos de masculinidade, medo do estigma social e a falsa ideia de que orientação sexual está apenas ligada à identidade assumida — e não à prática sexual em si.

Segundo estudiosos, manter-se dentro da categoria de “heterossexual” ainda é, para muitos, uma forma de garantir aceitação em um modelo social mais tradicional, mesmo que esse modelo já não represente sua vivência real.

O debate vai além da intimidade e lança luz sobre traços profundos da sociedade atual, que muitas vezes valoriza mais a aparência do que a autenticidade. Em um cenário onde as fronteiras entre desejo e identidade seguem borradas, o termo “heterossexual” parece, cada vez mais, vir com asterisco.

Como resumem alguns estudiosos da área: “exceto aos finais de semana, sob efeito do silêncio, do álcool, da ausência da parceira — e, sobretudo, sob o efeito da negação”.

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