O Mundial de Clubes disputado recentemente nos Estados Unidos deixou um alerta para a Copa do Mundo de 2026, que será realizada em 16 cidades de EUA, Canadá e México.
A informação é da CNN. O torneio, considerado um teste para a próxima edição do Mundial de seleções, escancarou problemas que podem impactar diretamente o desempenho dos atletas: calor extremo, deslocamentos desgastantes e recuperação limitada entre os jogos.
As altas temperaturas foram um dos principais desafios. Em várias sedes, os termômetros passaram dos 35°C, com sensação térmica ainda maior. Para a médica especialista em medicina esportiva Dra. Flávia Magalhães, o risco vai além do cansaço:
“A exposição a altas temperaturas durante atividades intensas impõe um risco fisiológico significativo. No Mundial de Clubes vimos casos de exaustão pelo calor e sintomas graves de hipertermia. Só pausas técnicas não bastam; é preciso rever os protocolos.”
Outro ponto crítico foi a logística. Com viagens constantes e mudanças de fuso horário e altitude, as equipes tiveram dificuldade em manter a rotina de recuperação. Marcello Tabelli, Performance Manager da Volt Sports Science, lembra que viveu um cenário semelhante durante a Gold Cup, disputada no mesmo período:
“Manter o desempenho com trocas frequentes de centros de treinamento e hotéis é um desafio enorme. Para 2026, o trabalho de fisioterapia e prevenção terá de ser mais adaptável e tecnológico.”
Medidas necessárias para 2026
A Copa do Mundo de 2026 terá 104 partidas em 39 dias, exigindo um planejamento mais rígido. A Dra. Flávia recomenda aclimatação térmica gradual de 7 a 14 dias, hidratação individualizada e monitoramento da temperatura central dos atletas.
“É fundamental promover a aclimatação térmica gradual, com 7 a 14 dias de exposição controlada ao calor, além de capacitar as equipes médicas para diagnóstico precoce e intervenção rápida”, explicou Flávia.
Tabelli destaca a importância do trabalho integrado entre departamentos: “O controle preciso da fadiga é essencial para evitar lesões em um calendário tão intenso. Precisamos de mais tecnologia e comunicação entre as equipes médicas e físicas", completou.