O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pediu sua condenação por tentativa de golpe de Estado. Em entrevista ao Poder360 nesta terça-feira (15), Bolsonaro disse que a acusação é “quase como ser acusado de matar um marciano”. “Não teve armas. É difícil se defender de algo assim. Nem o corpo do marciano estava lá”, ironizou.
Bolsonaro também criticou a Polícia Federal, afirmando que, se tivessem empregado “10% do esforço” na investigação do atentado à faca que sofreu em 2018, já teriam descoberto quem “mandou matá-lo”. A PF concluiu que o autor do ataque, Adélio Bispo, agiu sozinho.
“Não querem me prender, querem me eliminar”
Réu no STF por golpe de Estado, Bolsonaro voltou a afirmar que o “sistema” quer destruí-lo. “Solto ou preso, eu sou um problema. Não querem me prender, querem me eliminar”, declarou.
Ele também negou qualquer plano de deixar o país, citando problemas de saúde que o impediriam de viajar. “Quero ver esse julgamento meu. Estou cheio de problemas de saúde, como que eu vou pra outro país?”, disse. No início de julho, Bolsonaro suspendeu sua agenda alegando crises de soluços e vômitos.
Questionado sobre a possibilidade de ser preso, o ex-presidente afirmou: “Tudo pode acontecer hoje em dia. Por que o Braga Netto está preso? Uma prisão preventiva durar tanto assim?”, criticando o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo.
Próximos passos do processo
Com a manifestação da PGR, começa a contar o prazo de 15 dias para que a defesa de Mauro Cid apresente suas alegações finais. Em seguida, será a vez dos demais réus. Após isso, a Primeira Turma do STF marcará a data do julgamento, prevista para ocorrer em setembro.
